“Decisão equivocada”, diz Cônsul de Israel sobre Unicamp romper com Technion
Instituição universitária mais antiga de Israel é considerada uma das principais entidades globais na formação de cientistas e engenheiros
O cônsul-geral de Israel em São Paulo, Rafael Erdreich, criticou a decisão da Unicamp de romper o acordo de cooperação que mantinha com o Instituto de Tecnologia de Israel (Technion) e pediu que a universidade reconsidere a medida.
A justificativa para o rompimento, como mostramos, é a posição assumida pela universidade, contrária à “escalada das ações do atual governo israelense contra o povo palestino na Faixa de Gaza”.
A Unicamp se manifestou contra o que chama de “genocídio” da população palestina, e afirmou que a situação “fere todos os princípios e valores de nossa universidade”.
Para Erdreich, a medida é “equivocada” tanto do “ponto de vista moral quanto histórico, fundamenta sua decisão de cortar relações com o Technion em premissas frágeis, que não atendem sequer aos padrões mínimos da pesquisa científica e acadêmica”.
A Technion, instituição universitária mais antiga de Israel, é considerada uma das principais entidades globais na formação de cientistas e engenheiros.
Leia a íntegra da nota do Cônsul de Israel:
“No dia 6 de outubro de 1973, Israel enfrentou a Guerra do Yom Kippur, lembrada até hoje, véspera deste mesmo dia sagrado, como um conflito cujo objetivo declarado era destruir o Estado de Israel – não pela primeira vez.
Cinquenta anos e um dia após aquela guerra, de forma simbólica e intencional, exatamente como organizações terroristas tanto apreciam, ocorreu mais uma tentativa de aniquilar Israel. Em pleno feriado judaico, foi cometido um massacre com a intenção de assassinar, humilhar, mutilar, sequestrar e, por fim, destruir o Estado de Israel. O ataque foi conduzido pela organização terrorista Hamas, em circunstâncias que se enquadram na definição de genocídio.
O Hamas, porém, não atua sozinho: é apenas um instrumento nas mãos do Irã, que há anos constrói uma rede de exércitos e milícias baseada na Jihad Islâmica, no Hezbollah, nos Houthis e em outros grupos.
Mais uma vez, Israel se viu diante de uma ameaça real de destruição – um objetivo declarado e posto em prática no dia 7 de outubro de 2023. Israel não enfrenta apenas o Hamas, mas também ataques de centenas, senão milhares, de mísseis balísticos, drones e mísseis de cruzeiro lançados por seus diversos inimigos. Durante esta guerra, Israel foi alvo de cerca de 40 mil foguetes, tentativas de invasões e ataques simultâneos a partir de sete frentes diferentes.
É nesse contexto que a Unicamp, de maneira equivocada, tanto do ponto de vista moral quanto histórico, fundamenta sua decisão de cortar relações com o Technion em premissas frágeis, que não atendem sequer aos padrões mínimos da pesquisa científica e acadêmica.
Os palestinos receberam diversas vezes propostas sem precedentes para a criação de seu próprio Estado, coexistindo em paz ao lado de Israel. Todas essas propostas foram sistematicamente rejeitadas. Durante a guerra contra o Hamas, essa organização terrorista recusou, repetidamente, qualquer proposta de cessar-fogo que permitisse o retorno seguro dos reféns sequestrados, que hoje sofrem em condições desumanas.
Atualmente, há sobre a mesa uma proposta de cessar-fogo elaborada pelos Estados Unidos e apoiada pela vasta maioria dos países árabes e muçulmanos. Nós estamos esperando uma resposta do Hamas, mas será ela positiva? Ou será que eles continuarão sequestrando a vida dos palestinos de Gaza, utilizando-os como escudos humanos, ou torturando reféns e conduzindo uma guerra de guerrilha contra Israel?
Quanto ao Technion, é importante lembrar que, ao longo de mais de 100 anos de história, seus alunos, professores e pesquisadores foram responsáveis por inovações que transformaram o cotidiano da humanidade. Da irrigação por gotejamento, que ajuda a alimentar milhões de pessoas, a algoritmos que possibilitaram a internet moderna e o streaming de áudio e vídeo, o Technion está na base de tecnologias que definem o século XXI.
Qualquer instituição ou país que decidisse boicotar o Technion teria, em última análise, de abrir mão de viver na contemporaneidade. Cortar vínculos com a ciência e a tecnologia produzidas pelo Technion significa renunciar a avanços dos quais a própria Unicamp poderia se beneficiar enormemente em cooperação acadêmica.
Não acredito que os argumentos utilizados pela Unicamp para justificar sua decisão resistam a qualquer padrão acadêmico sério, tampouco correspondem à realidade dos fatos. Trata-se, ainda, de uma decisão que mina os princípios da livre expressão, da pesquisa objetiva e da credibilidade da própria universidade, ao impor uma forma de censura à liberdade acadêmica.
Concluo, portanto, conclamando a Unicamp a reconsiderar sua decisão.”
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Comentários (3)
Marian
05.10.2025 17:10Onde está a ciência afinal ? Que vexame.
F-35- Hellfire
05.10.2025 15:36O que se pode esperar de esquerdistas com lavagem cerebral que dirigem uma universidade de renome mundial como é a Unicamp que tomam decisões políticas baseadas em mentiras e suborno, seguindo a mesma trilha do imbecil maior que além de esquerdista é também nazista antissemita e que se chama Lula da Silva? Lula segue os passos do presidente Cyril Ramaphosa da África do Sul, tristemente famoso por gostar de corrupção, igual ao Lula da Silva, sempre fedendo corrupção como foram seus governos e os da Dilma e como continua atualmente como mostram os jornais, a CGU e a CPMI do INSS, então os petrodólares iranianos compram ações e propaganda deste trágico governo a favor dos assassinos do Hamas, Hezbolah, Houtis, etc. etc...
José Marins Palu
05.10.2025 14:25Imbecis não sabem reconsiderar. Estamos perdendo mais um caminho para sermos um país diferente. Onde a educação e tecnologia ditam o rumo do futuro.