De rival de Zema a membro do MDB: o novo rumo de Paulo Brant
Ex-vice-governador rompeu com Zema, mas se filiou a partido da base aliada na Assembleia
O ex-vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant, oficializou sua filiação ao MDB nesta quinta-feira, 12. A filiação marca mais um capítulo de sua trajetória política desde o rompimento com Romeu Zema e sua saída do Partido Novo em 2020.
Em encontro com Baleia Rossi, presidente nacional do partido, Brant consolidou sua entrada na sigla e já tem planos para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026.
O anúncio aconteceu em Belo Horizonte, no tradicional Café Nice, com a presença de Gabriel Azevedo, presidente da Câmara Municipal. Brant e Azevedo formaram uma chapa para concorrer à prefeitura da capital nas eleições municipais deste ano, mas terminaram em quarto lugar.
A decisão de Brant de se filiar ao MDB vem após anos de descontentamento com o PSB, antiga legenda do político. O estopim foi o apoio da sigla à reeleição de Fuad Noman no segundo turno das últimas eleições municipais, indo contra o posicionamento de Brant, que defendia neutralidade. A postura isolada de Brant acabou por aprofundar o distanciamento entre ele e o partido.
Oposição a Zema
A entrada de Brant no MDB chama atenção devido ao alinhamento do partido com o governo estadual na Assembleia, embora a sigla também abrigue figuras independentes, como Tadeu Martins Leite, presidente da Casa.
Brant tem sido um crítico consistente de Zema desde 2020, quando deixou o Partido Novo. Na época, ele justificou sua saída alegando que a sigla se recusava a articular uma base sólida no Legislativo para garantir a aprovação de projetos. Desde então, os desentendimentos entre os dois políticos apenas se intensificaram.
Um dos episódios mais emblemáticos da rixa aconteceu durante as eleições estaduais de 2022, quando Brant, ainda como vice-governador, decidiu apoiar Marcus Pestana (PSDB), adversário direto de Zema. A situação gerou atritos dentro da gestão e reforçou as diferenças entre os dois.
As divergências também foram evidentes no cenário nacional. No segundo turno das eleições presidenciais, enquanto Zema declarou apoio à reeleição de Jair Bolsonaro, Brant se posicionou a favor de Luiz Inácio Lula da Silva, movimento que o deixou isolado dentro do governo mineiro.
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