Crusoé: Técnicos do IBGE repudiam mapa invertido de Pochmann
Grupo de funcionários divulgou manifesto: "Não se combate a realidade com ilusões gráficas"

Técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, se dizem consternados com o mapa-múndi invertido publicado nas redes sociais pelo presidente da instituição, o petista Marcio Pochmann.
O mapa foi feito basicamente por Pochmann e por um assessor (José Daniel Castro da Silva, coordenador-geral do Centro de Documentaçaõ e Disseminação e Informações) e não passou pelo crivo da Diretoria de Geociências.
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O mais grave, segundo apontam os técnicos, é que não cabe ao IBGE fazer esse tipo de mapa, uma vez que serve apenas para a propaganda política e para causar nas redes — nada mais.
“O clima geral é de consternação, porque mesmo quem aprecia esse tipo de provocação sabe que não cabe ao IBGE fazê-la“, diz um funcionário.
Manifesto
Um grupo de funcionários que trabalha no prédio da Avenida República do Chile, no Rio de Janeiro, divulgou um “Manifesto pela Integridade Técnica do IBGE“.
Mesmo sendo favoráveis ao presidente Lula, eles repudiam a publicação do mapa-múndi invertido: “Não se combate a realidade com ilusões gráficas“.
Eis a íntegra do texto:
“A Coordenação do Núcleo Sindical Chile – ASSIBGE/SN que representa os trabalhadores da base do Complexo Chile/Horto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), manifesta, com base em compromisso constitucional, técnico e ético, repúdio à divulgação oficial do mapa-múndi invertido, em que o Brasil aparece artificialmente no topo e ao centro do mundo — um gesto sem respaldo técnico reconhecido pelas convenções cartográficas internacionais.
Trata-se de uma iniciativa que, em vez de informar, distorce; em vez de representar a realidade com rigor, cria uma encenação simbólica que compromete a credibilidade construída pelo IBGE ao longo de décadas de trabalho sério, imparcial e respeitado globalmente.
O que se vende como símbolo de autoestima nacional esconde um paradoxo desconfortável. O Brasil ainda enfrenta graves mazelas sociais: desigualdade estrutural, carências educacionais, insegurança, informalidade, perda de competitividade.
A presidência da República, com a reconhecida coragem e senso de responsabilidade que sua trajetória comprova, tem enfrentado essas realidades de peito aberto, sem disfarces, promovendo reconstrução institucional, investimento social e resgate da dignidade pública.
Mas não se combate a realidade com…
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Comentários (1)
Alexandre Ataliba Do Couto Resende
09.05.2025 12:39Qualquer um que não seja um analfabeto funcional militante acha ridículo esse mapa.