Crusoé: Tarcísio reconhece o erro
Discurso linha-dura e desconfiança com câmeras em uniformes de policiais prejudicaram a segurança pública em São Paulo
O governador do estado de São Paulo Tarcísio de Freitas deu duas declarações raras para políticos neste mês de dezembro, ao reconhecer publicamente erros na política adotada para as câmeras corporais dos policiais militares em sua gestão.
A primeira ocorreu na quinta, 5 de dezembro. Tarcísio ressaltou a importância das câmeras para sociedade e para o policial.
“Você pega a questão das câmeras: eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão”, disse o governador, do partido Republicanos. “Hoje, estou completamente convencido que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial. E nós vamos não apenas manter, mas ampliar o programa.”
No dia seguinte, Tarcísio reconheceu os efeitos negativos das falas das autoridades no comportamento dos policiais: “Nosso discurso tem peso e, se erramos a mão no discurso, isso tem peso”.
A mudança de rota ainda não foi definida, mas acena que o estado deve retomar algumas orientações que estavam tendo bons resultados, mas que foram abandonadas no atual mandato.
Também mostra como se ater a alguns credos do bolsonarismo pode ser problemático para políticos com cargos eletivos.
Histórico
São Paulo e Santa Catarina são os estados que tiveram as melhores experiências com as câmeras corporais.
Em 2020, o então governador paulista João Doria anunciou o programa Olho Vivo com a compra de 2,5 mil câmeras. Naquele ano, o número de mortos pela polícia foi de 856, de acordo com o Ministério Público.
No ano seguinte, o total caiu para 624. Em 2022, ano da eleição, para 477.
No primeiro ano de Tarcísio, 2023, os mortos pela polícia…
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