Crusoé: Como as entidades brasileiras receberam a notícia do Acordo UE-Mercosul
CNA, CNI e Fiesp divulgaram notas comemorando o fechamento do acordo anunciado nesta sexta, 6, em Montevidéu, no Uruguai
Organizações do agro e das indústrias do Brasil receberam muito bem a notícia do fechamento do Acordo União Europeia (UE) e Mercosul nesta sexta, 6.
Veja abaixo as principais reações:
Confederação Nacional da Agricultura, CNA
“Esta é uma boa notícia para o Brasil e para o setor agropecuário brasileiro“, afirmou em comunicado a diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori. “A CNA defende a abertura comercial entendendo a importância e o impacto positivo que as exportações têm, não só para o setor, mas para a economia brasileira como um todo. A nossa rede de acordos é muito limitada e a gente precisa avançar. Por isso o acordo fechado hoje é um marco.”
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Fiesp
“A indústria brasileira recebe com satisfação a conclusão das negociações comerciais entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE). A finalização do acordo é oportuna, pois garante aos membros do Mercosul um instrumento poderoso para lidar com as mudanças comerciais e geopolíticas em curso.
Em um momento em que os países parecem estar optando por protecionismo, Mercosul e UE dão exemplo ao finalizar o acordo que dá contornos a um dos maiores blocos comerciais do mundo, com um mercado de 700 milhões de consumidores e um PIB nominal de mais de 20 trilhões de dólares. O Brasil representou mais de 80% do fluxo de 112 bilhões de dólares de comércio entre Mercosul e UE, em 2023. A importância das trocas comerciais é consequência de um estoque de capital superior a 320 bilhões de dólares investidos por companhias da UE no país. Ou seja, além do potencial de alavancar o comércio, o acordo deve estimular o investimento produtivo de longo prazo, uma fonte importante de emprego e renda para o Brasil.
A conclusão do acordo com a UE atende a reivindicação da Fiesp por uma inserção externa qualificada do Mercosul. Também reconhece as boas práticas ambientais e de sustentabilidade do setor produtivo brasileiro. A indústria confia que o acordo será um espaço de diálogo para a promoção do comércio em bases justas, como forma de superar eventuais medidas que restrinjam o fluxo de bens e serviços entre os blocos econômicos.”
Confederação Nacional da Indústria, CNI
“O Acordo de Associação Mercosul-União Europeia, concluído nesta sexta-feira (6), representa uma resposta efetiva ao desafio de agregar mais valor à pauta comercial brasileira em paralelo a uma política de modernização e evolução industrial do país. Ao estabelecer uma das maiores áreas de integração econômica do mundo, abrangendo um mercado de mais de 750 milhões de consumidores, com participação de 17% da economia global e 30% das exportações mundiais de bens, o acordo criará bases para integrar a economia brasileira a cadeias de valor de forma mais robusta e competitiva.
(..)
“Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o acordo traz como potenciais benefícios a diversificação das exportações, a ampliação da base de parceiros comerciais e o fortalecimento da competitividade do Brasil em nível global. Negociado com foco em princípios de equilíbrio e sustentabilidade, o acordo tem potencial de impulsionar a produtividade e ampliar a integração internacional da indústria brasileira, promovendo ganhos econômicos e sociais de longo prazo.”
(…)
“O acordo representará um passo importante para reverter o processo de re-primarização das exportações nacionais. Com a abertura do mercado europeu, aproximadamente 97% das exportações industriais brasileiras ao bloco terão tarifa zero assim que o acordo entrar em vigor. Essa medida incentivará a indústria do Brasil a exportar bens de maior valor agregado para um mercado altamente competitivo, com um PIB per capita de US$ 40,8 mil, fortalecendo a presença do país em cadeias globais de valor e promovendo a diversificação da pauta exportadora.
Outro impacto relevante está na criação de empregos. Em 2023, a cada 1 bilhão de reais exportado para o bloco europeu, foram criados 21,7 mil empregos, superando mercados como o chinês, que abriu 14,4 mil empregos por bilhão de reais exportado.
Para a CNI…
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