Crusoé: A caixa-preta do Judiciário
Polícia Federal revela submundo das vendas de sentenças

Ao longo da primeira semana de fevereiro, marcada pela retomada das atividades do Poder Judiciário, o presidente do STF e principal representante da magistratura no país, Luís Roberto Barroso, alardeou aos quatro cantos a retidão de seus pares, ao defender, por exemplo, o pagamento de supersalários a integrantes de Tribunais Superiores e dos tribunais estaduais e regionais.
“Nós somos contra todo o tipo de abuso e a Corregedoria Nacional de Justiça, liderada pelo ministro Mauro Campbell Marques, está atenta. Mas é preciso não supervalorizar críticas que muitas vezes são injustas ou frutos da incompreensão do trabalho dos juízes”, disse Barroso.
De fato, algumas críticas podem ser fruto da incompreensão do trabalho jurisdicional no país. A questão ganha outros contornos quando o presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça, CNJ, cuja função é aprimorar o trabalho do Judiciário, furta-se de considerar os abusos dos seus colegas.
Já no início de 2025, vieram à tona informações que expõem, de forma sintomática, o que se passa nos bastidores dos tribunais.
No Maranhão, a Polícia Federal desarticulou uma organização criminosa especializada em venda de sentenças envolvendo 23 pessoas.
Entre os supostos envolvidos no esquema estão dois juízes, três desembargadores (os juízes de segunda instância) e um ex-deputado federal.
A Polícia Federal fala em crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O grupo teria fraudado a liberação de alvarás judiciais que chegam a 18 milhões de reais, revela a reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Wilson Lima.
Outros destaques de Crusoé
A matéria “Os censores se explicam”, assinada por Duda Teixeira, mostra como a visita ao Brasil do relator especial para liberdade de expressão da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Pedro Vaca, colocou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pela primeira vez em uma posição desconfortável, instigando-os a explicar suas ações ilegais à frente da Corte.
Apenas nos últimos cinco anos, 120 perfis foram bloqueados pelo Supremo, segundo o ministro Alexandre de Moraes.
A reportagem “O protecionismo de Trump”, de João Pedro Farah, mostra como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usa tarifas de importação para obter vantagem em negociações.
O republicano já disse querer diminuir possíveis déficits na balança comercial e promover as indústrias americanas.
Colunistas
Privilegiando o assinante de O Antagonista+Crusoé, que apoia o jornalismo independente, também reunimos nosso timaço de colunistas. Nesta edição, escrevem Catarina Rochamonte, Leonardo Barreto, Dennys Xavier, Josias Teófilo, Jerônimo Teixeira, Alexandre Soares Silva e Rodolfo Borges.
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