Congresso quer passar a perna em Alexandre Padilha?
Deputados e senadores também fizeram chegar ao presidente da República que os presidentes de partidos sejam alijados das negociações

A cúpula do Congresso Nacional pretende negociar diretamente com o presidente Lula as mudanças na reforma ministerial que o petista fará até o início de março, revela a Folha desta sexta-feira, 24.
Segundo o jornal, a ideia dos parlamentares é escantear o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que é considerado um entrave nas negociações entre congressistas e o presidente da República.
Os deputados e senadores, segundo a Folha, também fizeram chegar ao presidente da República que os presidentes de partidos sejam alijados das negociações.
“De acordo com relatos feitos à reportagem, a cúpula da Câmara já tem um desenho do que gostaria que acontecesse na reforma, com ascensão de líderes para ministérios do petista”, informa o jornal.
“Na avaliação dos deputados, esse novo desenho, que já chegou a integrantes do Planalto, daria equilíbrio na relação de forças com o Senado e garantiria a governabilidade à gestão petista. Hoje, os deputados se sentem subrepresentados na Esplanada de Lula”, acrescenta a Folha.
O imbróglio entre PSD, PP e União Brasil
Como mostramos nesta semana, a falta de espaço tanto para o PSD quanto para o União Brasil e o PP travou a reforma ministerial que Lula pretendia anunciar no final do mês de janeiro. As duas siglas têm três pastas cada, mas buscam maior protagonismo na Esplanada dos Ministérios.
O problema é que integrantes do chamado “PT raiz” são contra o aumento de espaço para os dois primeiros partidos, já que esse rearranjo pode afetar tanto PT quanto o PCdoB.
O PSD comanda o ministério da Agricultura (Carlos Fávaro); o da Pesca (André de Paula) e o de Minas e Energia (Alexandre Silveira). Emissários do presidente do PSD, Gilberto Kassab, já deram a entender que, no mínimo, querem pastas mais influentes. Uma alternativa seria trocar o ministério da Pesca pelo do Turismo, hoje comandado por Celso Sabino, no União Brasil. O do Turismo tem maior capacidade de entrega e um orçamento três vezes maior.
Outra possibilidade é encaixar o líder do PSD, Antonio Brito, no Ministério do Desenvolvimento Social, hoje ocupado por Wellington Dias.
A questão é que o União também reivindica um espaço maior na Esplanada dos Ministérios. Além de Turismo, a pasta comanda Comunicações (Juscelino Filho) e detém o controle indireto de Integração Regional – Waldez Góes. Waldez não é do União, mas é patrocinado pelo senador Davi Alcolumbre (AP).
Solução ao União Brasil na reforma ministerial de Lula
Uma solução seria entregar o ministério de Ciência e Tecnologia ao União Brasil e, assim, o PCdoB perderia a sua única pasta no governo Lula.
Outra vaga cobiçada é a Secretaria de Relações Institucionais, comandada por Alexandre Padilha. O cargo é almejado por integrantes do PSD e do MDB e poderia servir como forma de reacomodar o partido de Kassab, caso a sigla de fato perca a Agricultura.
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