CNI propõe isolamento vertical na indústria
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) está propondo o isolamento vertical em toda a indústria para reduzir o impacto econômico da pandemia do novo coronavírus...
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) está propondo o isolamento vertical em toda a indústria para reduzir o impacto econômico da pandemia do novo coronavírus.
A proposta prevê, dentre outras ações, que 9,4 milhões de trabalhadores industriais deverão fazer exames rápidos a cada 15 dias. Entidades apoiarão a realização de certificações de produtos e services de combate à pandemia.
Em carta a Jair Bolsonaro, o presidente da CNI, Robson Andrade, diz que entidade se prontifica a ajudar na implementação do chamado “isolamento social vertical” de pessoas do grupo de risco e de contaminados do novo coronavírus.
“A evolução de casos da Covid-19 na Coréia do Sul e na Alemanha demonstra que, se bem executada, essa é uma estratégia eficiente para promover o achatamento da curva de propagação do vírus, preservar vidas e reduzir a pressão sobre o sistema de saúde”, justifica.
“Ao mesmo tempo, facilita a retomada, ainda que gradual das atividades produtivas.”
No documento, que foi encaminhado também a Dias Toffoli, Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia, a CNI argumenta que o isolamento vertical requer forte coordenação entre os setores público e privado e que, por esse motivo, propõe uma parceria com o governo federal, por meio da qual Sesi se compromete a capacitar e dar assistência para realização de testes rápidos da Covid-19, custeados com recursos do governo federal, para 100% dos cerca de 9,4 milhões de trabalhadores da indústria, a cada 15 dias, com isolamento social apenas de pessoas com exame positivo.
Além disso, seriam realizados exames moleculares (PCR), conhecidos como “contraprova”, para verificar falsos positivos da Covid-19.
De acordo com o presidente da CNI, para isso, é muito importante que sejam feitos testes rápidos nos pacientes sem sintomas, pois acredita-se que 80% da população infectada apresenta poucos ou nenhum sintoma da doença, sendo responsável pela maioria das contaminações locais.
“Trata-se de uma estratégia complexa, mas possível e, no caso do Brasil, necessária, pois as empresas e os cidadãos não terão fôlego financeiro para resistir por um período prolongado de isolamento social horizontal.”
A proposta prevê ainda a criação de uma plataforma online, integrada e colaborativa, para manejo clínico do novo coronavírus em uma rede de atenção primária e de parceiros privados.
A CNI propõe a criação de um fundo de aval, com recursos no valor de R$ 500 milhões, que seriam aportados pelo Sesi, para financiar capital de giro das indústrias de micro, pequeno e médio portes, com faturamento anual de até R$ 10 milhões.
“O objetivo, nesta caso, é contribuir para a provisão de liquidez das empresas industriais, durante o período de retração das atividades empresariais, que não sabemos quanto tempo vai durar”, afirma Andrade.
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