Câmara aprova ‘trem da alegria’ com impacto de pelo menos R$ 20 bilhões
PEC garante aposentadoria integral com paridade de agentes de saúde e efetivação de aproximadamente 35 mil servidores sem concurso público
A Câmara aprovou, em dois turnos de votação nesta terça-feira, 8, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede aposentadoria integral e com paridade a agentes de saúde e de combate a endemias que sejam servidores públicos, além de menor idade para se aposentar.
Além disso, o texto garante a efetivação de aproximadamente 35 mil pessoas sem a realização de concurso público. A proposta será enviada ao Senado.
Segundo cálculos do governo Lula, a expectativa é que as medidas tenham impacto de pelo menos 20 bilhões de reais. O custo nos próximos anos, segundo o Planalto, pode chegar a até 200 bilhões de reais.
O placar da votação no segundo turno foi de 426 votos a 10. No primeiro turno, foram 446 votos a favor e 20 contrários.
O texto aprovado em Plenário é a versão elaborada pelo relator, deputado Antonio Brito (PSD-BA), na comissão especial que analisou a proposta. A PEC também proíbe a contratação temporária ou terceirizada desses profissionais, exceto em casos de emergência em saúde pública previstos em lei.
O deputado Antonio Brito alegou, por sua ve, que a PEC foi elaborada com zelo com o Erário e com o setor social. “Não há qualquer ônus para os subentes federativos. Nenhum prefeito e governador pagará nada, estará tudo arcado pela União”, afirmou.
Agentes que tenham vínculo temporário, indireto ou precário na data da promulgação da emenda deverão ser efetivados como servidores estatutários, desde que tenham participado de processo seletivo público realizado após 14 de fevereiro de 2006 ou em data anterior nos termos da Emenda Constitucional 51, de 2006.
Os municípios terão até 31 de dezembro de 2028 para regularizar os vínculos.
As novas regras constitucionais também valerão para agentes indígenas de saúde (AIS) e agentes indígenas de saneamento (Aisan).
A regra geral para se aposentar por idade será de 57 anos para mulheres e 60 anos para homens, com 25 anos de contribuição e de atividade. Atualmente, a reforma da Previdência estabeleceu a regra geral para todos os servidores públicos e da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de 63 anos para mulher e 65 anos para homem.
Benefício extraordinário
Segundo a PEC, para os aposentados com as novas regras pelo Regime Geral da Previdência Social (RGPS) ou na condição de incapacidade permanente, será garantido o pagamento de um benefício extraordinário bancado pela União correspondente à diferença entre a remuneração do agente na ativa e o que a pessoa recebe como aposentado do INSS.
O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) afirmou que a PEC é um “trem da alegria” para efetivar mais de 35 mil pessoas sem concurso público. “Vamos ter duas categorias de agente, aqueles que fizeram concurso, e muitos desses 35 mil entraram pela janela, contratados pelos prefeitos para ser cabo eleitoral, essa que é a verdade”, criticou.
Com informações da Agência Câmara
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Comentários (4)
ALDO FERREIRA DE MORAES ARAUJO
10.10.2025 11:09Podem ter certeza, aí tem parente de político.
MARCOS
08.10.2025 18:53ESSES DEPUTADOS IRRESPONSÁVEIS SÓ PENSAM NELES PRÓPRIOS. TORCENDO PARA OS SENADORES MAIS UMA VEZ DIGAM NÃO A ESSES DESCONECTADOS.
Lindberg Garcia
08.10.2025 13:28E a responsabilidade fiscal, onde fica? Quem é mais perdulário dos 3 poderes? Será que Lula vai nomear o "Mandrake" ou um outro "mágico" para o Ministério da Fazenda?
Um_velho_na_janela
08.10.2025 10:22Não precisam preocupar, tudo será bancado pela União! Quem é essa tal de União?