A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de Lei que cria a Companhia Docas de Alagoas, estatal que administrará o Porto de Maceió e será “loteada”, segundo membros do Congresso, com indicados pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

A relatoria foi do deputado Daniel Barbosa (PP-AL). O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolonaro, e o PT, de Lula, se uniram para garantir a vitória de Lira. O projeto teve aprovação em votação simbólica e segue ao Senado Federal.

O partido Novo orientou contrário ao projeto, o classificando como “inoportuno”. “Já não basta a incompetência e a corrupção em todas as estatais. Vai se criar mais uma? […]Essa criação é indecente, além de inoportuna. Criar mais uma estatal chega a ser um deboche com o povo brasileiro”, destacou o deputado Marcel van Hattem (RS).

A deputada Rosângela Moro (União-SP) argumentou que o momento é de ‘corte de gastos’, e a criação é contraditória com os cortes no Benefício de Prestação Continuada (BPC), promovidos pelo governo Lula no pacote de ajuste fiscal enviado ao Congresso.

A Companhia Docas de Alagoas será criada a partir do desmembramento de parte da atual Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern). A aprovação da medida exigirá esforços coordenados dos Ministérios de Portos e Aeroportos (MPO) e da Gestão e Inovação (MGI), responsáveis pela formulação da proposta.

Estatal de Lira

A Estatal, que administrará o Porto de Maceió, será “loteada”, segundo membros do Congresso, com indicados pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). 

O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o PT, de Lula, se uniram para garantir a vitória de Lira.

Toma lá, da cá

Deputados ouvidos por O Antagonista afirmam que medida faz parte de uma série de acordos de Lira com o governo para aprovar o pacote de corte de gastos e garantir tranquilidade à gestão petista até o fim de seu mandato como chefe da Casa Baixa.

A aprovação da matéria evidencia o contraste no comportamento do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem se aproximado do centro em pautas de interesse de Arthur Lira, e o Novo, apontado pelo levantamento do Placar Congresso como o partido mais oposicionista da Câmara.

Nem o PSOL, que costuma contrariar o governo em votações delicadas, se opôs à criação da estatal.