Caiado e Otoni juntos contra Bolsonaro
Líder evangélico, o deputado carioca sinalizou ao presidenciável e governador de Goiás, que união da direita pode "começar pelas igrejas"
O encontro entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União-GO), e o ex-vice-líder do governo Bolsonaro, Otoni de Paula (MDB-RJ), reforçou o distanciamento de ambos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Candidato assumido para 2026, Caiado elogiou Otoni, que rompeu com a base bolsonarista no Congresso e faz discursos contra o “sequestro“ das igrejas evangélicas pelo movimento liderado por Jair Bolsonaro (PL).
Recentemente, o deputado declarou que “a direita é maior do que o bolsonarismo” e ganhou respaldo de Caiado. A sinalização evidente é uma clara tentativa de marcar território no campo conservador e enfraquecer a hegemonia bolsonarista.
“Fiz questão de cumprimentá-lo não só pelos pronunciamentos, mas também de poder compartilhar as ações dele no plenário da Câmara”, afirmou Caiado, ao lado de Otoni em postagem nas redes sociais.
E completou: “Ele, modestamente, diz que aqui recebeu algumas orientações. Pelo contrário, ele deu uma aula de como se faz política, de como se lidera“.
O parlamentar explicou o contexto da audiência e disse ter sido convidado pelo governador para uma “conversa sobre futuro político”. Otoni deve ajudar Caiado a articular apoio de lideranças evangélicas para uma futura empreitada presidencial.
“A autofagia é um movimento bolsonarista para matar qualquer alternativa (à presidência). O governador Caiado considera possível unir a direita, e isso pode começar pelas igrejas”, disse o parlamentar ao jornal O Globo.
“Direita é maior que Bolsonarismo”
O pronunciamento elogiado por Caiado dizia que “a direita é maior do que o bolsonarismo, assim como o conservadorismo é maior do que a própria direita”, argumentando que há também manifestações conservadoras na esquerda. “Só não tem na extrema-esquerda”, pontuou Otoni.
Ainda segundo Otoni é preciso “maturidade para entender que a direita não pode se submeter ao reboque do bolsonarismo” e que o plano da direita para a próxima eleição presidencial “tem que ser maior do que qualquer figura, por mais que a respeitemos”.
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