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Braskem indica como presidente ex-executivo da Odebrecht preso na Lava Jato

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3 minutos de leitura 04.11.2024 21:04 comentários
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Braskem indica como presidente ex-executivo da Odebrecht preso na Lava Jato

Roberto Prisco Paraíso Ramos ficou conhecido em 2016 após troca de mensagens nas quais ele se referia a propina como ‘acarajé’

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Braskem indica como presidente ex-executivo da Odebrecht preso na Lava Jato
Agentes da Polícia Federal atuam pela 23ª fase da operação, na sede da Odebrecht em São Paulo, em fevereiro de 2016. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Em comunicado ao mercado, a Braskem S.A. anunciou que Roberto Prisco Paraiso Ramos será o novo diretor-presidente da petroquímica em substituição a Roberto Bischoff. Roberto Prisco é ex-presidente da Ocyan, braço da Odebrecht no ramo de óleo e gás, e chegou a ser preso temporariamente durante a 26ª fase da Lava Jato em 2016 – chamada de Operação Xepa.

No comunicado, a Braskem – que tem a Petrobras como acionista (a estatal tem 47% das ações da petroquímica) -, afirma que Roberto Prisco “possui extensa bagagem como conselheiro, empresário e executivo. Dentre alguns destaques de sua carreira, foi vice-presidente da Braskem de 2002 a 2010, liderando projetos estratégicos como a implantação do Projeto Etileno XXI no México, e por cinco anos liderou como diretor presidente a Ocyan, no mercado de óleo e gás, onde na sua última passagem concluiu o processo de desinvestimento da Novonor no negócio”.

Em março de 2016, por determinação do então juiz Sergio Moro, Roberto Prisco foi preso temporariamente ao lado de outras oito pessoas durante as investigações relacionadas ao Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht (hoje Novonor). A operação foi baseada na delação premiada da ex-funcionária da empreiteira Maria Lúcia Tavares.

Na decisão de 2016, o então juiz Sergio Moro destacava as trocas de mensagens eletrônicas entre executivos e empregados do Grupo Odebrecht, com solicitações de “pagamentos paralelos” ao Setor de Operações Estruturadas.

“Destaco, por exemplo, troca de mensagens eletrônicas, entre 29/10/2013 a 11/12/2014, entre Hilberto Mascarenhas Alves Silva Filho, apontado por Maria Lúcia como chefe do Setor de Operações Estruturadas, e o executivo da Odebrecht Roberto Prisco Paraíso Ramos, na qual tratam da entrega de dinheiro em espécie pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht de Salvador/BA para o Rio de Janeiro/RJ, utilizando, como linguagem cifrada, o termo ‘acarajé’”, declarou Moro na decretação da prisão temporária de Roberto Prisco.

Em uma das mensagens interceptadas pela Polícia Federal na época, há a referência a “Tio Bel” que, segundo a PF, era o codinome de Mascarenhas.

“Tio Bel, você consegue me fazer chegar mais 50 acarajés na 4ª feira à tarde (por volta das 15h) no escritório da OOG, no Rio? Estou no México, mas chego de volta na 4ª de manhã”, afirmou Ramos a Mascarenhas em mensagem datada de 27 de janeiro de 2014.

Com o tempo, não houve acusação formal contra o executivo. Ou seja, ele não respondeu a processo criminal, apesar de ter sido preso temporariamente.

Em manifestação no X, a ONG Transparência Internacional criticou a indicação do executivo.

“Ramos era presidente da Odebrecht Óleo e Gás durante a farra da corrupção. Agora está de volta, nomeado pela Novonor (que só mudou de nome, mas continua Odebrecht até a medula), com anuência da sócia Petrobras. Se alguém tinha ainda alguma dúvida se estas empresas realmente se transformaram, está aí a resposta para quem quiser ver”, declarou a entidade, que concluiu.

“Esse é o resultado da impunidade sistêmica e estrutural.”

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