Braga Netto nega “tese fantasiosa” de golpe dentro do golpe
Ex-ministro diz ter sido dos poucos que manteve lealdade a Jair Bolsonaro
O general da reserva Walter Braga Netto (foto), ex-ministro da Defesa no governo de Jair Bolsonaro, negou neste sábado, 23, que houve tratativa de golpe de Estado “e muito menos de plano de assassinar alguém”.
Em relatório final, investigadores da PF apontaram o envolvimento de Braga Netto, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 35 pessoas na trama para impedir a posse de Lula.
A defesa do general chamou de “tese fantasiosa e absurda” a informação de que haveria um “golpe dentro golpe”, que seria liderado por Braga Netto após a conclusão do plano de assassinar Lula e o vice Geraldo Alckmin.
A informação circulou no G1. Segundo agentes ouvidos pelo portal, Braga Netto faria parte de um gabinete de crise após a morte das autoridades e depois tomaria o comando do governo.
“A Defesa técnica do General Walter Souza Braga Netto, repudia veementemente a criação de uma tese fantasiosa e absurda em parte da imprensa de que haveria ‘um golpe dentro do golpe’”, diz a nota.
“Lembra, ainda que, durante o governo passado foi um dos poucos, entre civis e militares, que manteve a lealdade ao Presidente Bolsonaro até o final do governo, em dezembro de 2022 e a mantém até os dias atuais, por crença nos mesmos valores e princípios inegociáveis.”
Cid implica Braga Netto
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, esmiuçou o papel do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto nas tratativas do suposto golpe de Estado.
A oitiva ocorreu na quinta-feira, 21, e durou aproximadamente três horas.
Segundo o STF, “o ministro Alexandre de Moraes confirmou a validade da colaboração premiada de Mauro Cid”. “O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal. As informações do colaborador seguem sob apuração das autoridades competentes”.
Na terça-feira, Cid prestou depoimento à Polícia Federal e foi questionado sobre o fato de não ter citado anteriormente um suposto plano para neutralizar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Os investigadores da PF defendiam o cancelamento do acordo de delação premiada por entender que Cid mentiu e omitiu fatos importantes em seus depoimentos.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) também tinha posicionamento semelhante, mas Paulo Gonet mudou de ideia após o depoimento de Cid.
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