Bolsonaro concorda: Tarcísio é “grande líder”, mas só em SP…
"É um grande líder no estado, verdade... ninguém vai me provocar", diz o ex-presidente ao comentar o discurso de agradecimento do prefeito reeleito Ricardo Nunes ao governador
Em seu discurso de reeleição na capital paulista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) se referiu ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos, à direita na foto), seu grande cabo eleitoral na disputa, como “líder maior”. Questionado sobre isso em entrevista para a Folha de S.Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (à esquerda na foto) disse o seguinte:
“É um grande líder no estado, verdade… ninguém vai me provocar.”
A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos animou o ex-presidente brasileiro a agitar uma tentativa de voltar ao Palácio do Planalto em 2026, apesar de ele estar legalmente inelegível até 2030.
“A direita não tem dono“
Desde a segunda-feira, 5, quando o republicano foi confirmado como o próximo presidente dos Estados Unidos, Bolsonaro tem dado declarações não apenas sobre sua intenção de concorrer, mas também para afastar os pretendentes ao posto de candidato presidencial da direita.
Isso se repetiu na entrevista publicada nesta sexta-feira, 8:
“A direita não tem dono. Tem um líder, que é incontestável, e tem jovens lideranças aparecendo pelo Brasil. Sempre vai ter alguém aí querendo dividir o que é chamado de direita hoje em dia. Não vão conseguir. São frustrados, até botei um nome carinhoso, são intergalácticos que têm que mostrar a que vieram. Todos eles se elegeram na minha sombra, ou na minha onda, e rapidamente se voltam contra a gente”, defendeu-se.
E repetiu: “A direita não tem dono. Tem cara que quer se impor como líder. Liderança você não ganha, você conquista. Então, tem uns intergalácticos aí. Manda em um bar em São Paulo, não vai ninguém.”
A mensagem pode valer tanto para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que venceu Bolsonaro na disputa pela Prefeitura de Goiânia, quanto para o influenciador Pablo Marçal (PRTB), que desgastou a família do ex-presidente durante a campanha em São Paulo.
Salles também ouviu
Mas também sobrou para o deputado federal e ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP).
“Logo o Salles, que lá atrás estava assim com o Alckmin [quando ele ainda era do PSDB e governava São Paulo], como secretário. Depois [João] Amoedo [ex-presidente do Novo], que depois diz que votou no Lula, depois ficou comigo, se elegeu graças ao Eduardo [Bolsonaro, também deputado federal]. Depois foi ser ‘marçalete’. Agora tá viúvo”, reclamou Bolsonaro, completando: “É inveja, é infelizmente uma coisa que existe no ser humano”.
“Só depois que eu tiver morto“
Questionado diretamente sobre a possibilidade de apoiar alguém em 2026 caso permaneça inelegível, o ex-presidente respondeu:
“Só depois que eu tiver morto. Antes de eu morto, politicamente não tem nome. Pergunta para o Tarcísio o que ele acha. Ele tem falado, o candidato sou eu. Prosseguindo a minha inelegibilidade é a prova de que acabou a democracia no Brasil.”
Falta combinar com o Supremo Tribunal Federal (STF), cujos ministros, a julgar pelo que eles mesmos fazem correr em mensagens pela imprensa, não pretendem nem permitir que Bolsonaro viaje para os Estados Unidos para a posse daquele que lhe dá esperança de disputar a presidência mais uma vez.
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