As indiretas da Folha
No mesmo editorial em que recomenda o afastamento de Michel Temer com a cassação da chapa pelo TSE, a Folha ainda diz que prefere a antecipação das eleições diretas – mas O Antagonista acha que é só para não perder o debate sobre o tema e a simpatia da esquerda.Isto porque o jornal demonstra, ao menos, o senso de realidade faltante entre manifestantes petistas, ao reconhecer que, diante dos "imensos" obstáculos, o caminho aberto (pela Constituição, diga-se) para o exercício da soberania popular é mesmo a eleição direta de 2018...
No mesmo editorial em que recomenda o afastamento de Michel Temer com a cassação da chapa pelo TSE, a Folha ainda diz que prefere a antecipação das eleições diretas – mas O Antagonista acha que é só para não perder o debate sobre o tema e a simpatia da esquerda.
Isto porque o jornal demonstra, ao menos, o senso de realidade faltante entre manifestantes petistas, ao reconhecer que, diante dos “imensos” obstáculos, o caminho aberto (pela Constituição, diga-se) para o exercício da soberania popular é mesmo a eleição direta de 2018.
Leiam, por favor, mais este trecho:
“A Folha já declarou simpatia pelas emendas constitucionais que convertem a eleição indireta em direta nos casos de vacância verificada até seis meses ou um ano antes de o mandato expirar.
Não seria casuísmo, dado que mudanças constitucionais são comuns na vida política brasileira. Além disso, trata-se de universalizar, não de restringir, prerrogativas, devolvendo-se acesso a um direito democrático exercido pelo povo -a quem, diz a Constituição, o poder pertence.
Não há como negar, entretanto, que seriam imensos os obstáculos à aprovação de diretas já.
Desde logo, gigantesca pressão da sociedade, expressa em manifestações de rua comparáveis às de junho de 2013 ou março de 2016, teria de compelir três quintos dos parlamentares a aprovar a medida, talvez no bojo da reforma política em análise na Câmara.
O processo deveria, ademais, ocorrer em tempo recorde, que mesmo assim consumiria meses. Por outro lado, é indiscutível que a Constituição exige do Congresso a escolha do sucessor em 30 dias, desfecho a ser acatado como legítimo.
O governo Temer vem implantando um audacioso elenco de reformas estruturais que estão no rumo certo. Sua capacidade de seguir adiante com esse programa parece seriamente prejudicada.
Em algum momento, decerto nas eleições gerais de 2018, o caminho adotado será submetido ao escrutínio popular. Por ora, o mais importante, com ou sem Temer, é que governo e Congresso persistam nesse rumo, único capaz de nos livrar da recessão e preparar um futuro mais próspero e promissor.”
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