O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou a aliados nos últimos dias que até poderia fazer parte do governo Lula, mas ele exige ser contemplado com um ministério de entregas e com orçamento suficiente para entregar obras e projetos de grande porte.

Emissários de Lira já enviaram o recado a integrantes do Palácio do Planalto, inclusive para o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Padilha tem sido um dos integrantes do governo com envolvimento direto nas negociações para a reforma ministerial.

Como mostramos recentemente, a cúpula do PP já deixou claro que gostaria de ver Lira no Ministério da Saúde. Uma pasta com um orçamento de 241,61 bilhões de reais em 2025, com capacidade de entrega e que teria uma interlocução direta com deputados e senadores por meio de emendas parlamentares.

O presidente Lula resiste à ideia, apesar de entender que a atual titular do cargo, Nísia Trindade, precisa apresentar, com urgência, algum projeto de impacto que ajude a alavancar a popularidade de Lula.

Lira desistiu do Ministério da Agricultura?

A solução apresentada pelo governo Lula é entregar a Agricultura para Lira. O presidente da Câmara não é simpático à ideia. Ao menos neste momento, conforme apurou este portal.

Segundo o que apurou este portal, Lira tem dado sinais de que não pretende fazer parte de um governo cuja popularidade está em queda. Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira aponta que Lula perdeu terreno em todo o país, inclusive na região Nordeste, reduto eleitoral de Lira e do petista.

Segundo os dados da pesquisa, a aprovação do governo petista caiu para o patamar de 59% – antes, estava na casa dos 67%. Uma redução aproximada de dez pontos percentuais.

Um afastamento estratégico

A avaliação de aliados do presidente da Câmara é que ele não pode ser contaminado com o bate-cabeça de Lula e sua equipe. Principalmente em ano pré-eleitoral. Lira deve ser candidato ao Senado em Alagoas, e vai disputar o pleito contra Renan Calheiros. Como mostramos mais cedo, o MDB cogita mudar o comando do Ministério dos Transportes justamente para reforçar a atuação de Renan Calheiros.

Em resumo: a fatura para o governo Lula está cada vez mais alta.