Anderson Torres: “Não temos nada que aponte fraude nas urnas”
Segundo o ex-ministro da Justiça, a pasta não tinha elementos técnicos sobre fraudes

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres (foto) confirmou nesta terça-feira, 10, em depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, que a pasta não tinha elementos técnicos sobre fraudes nas urnas eletrônicas após as eleições de 2022.
“No âmbito do Ministério da Justiça propriamente dito — sem ser da Polícia Federal — não temos setor, nem área nenhuma que trabalhe com urnas eletrônicas […]. Tecnicamente falando, não temos nada que aponte fraude nas urnas. Nunca chegou essa notícia até mim”, afirmou.
Torres é o quarto dos oito réus do chamado ‘núcleo crucial’ da trama golpista a prestar depoimento. Antes dele, prestaram depoimento o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier dos Santos.
Depoimento de Almir Garnier
Mais cedo, o almirante Almir Garnier dos Santos negou que tenha colocado suas tropas à disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para um possível golpe de Estado.
Questionado pelo ministro Luiz Fux, Garnier disse:
“Senhor ministro, eu nunca usei essa expressão.”
No depoimento, o ministro Alexandre de Moraes perguntou ao almirante se ele teria se manifestado favoravelmente à trama golpista em reunião com Bolsonaro, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e os chefes do Exército e da Marinha.
Garnier negou.
“Não houve deliberações nem o presidente abriu a palavra para nós. Ele fez as considerações dele, pareciam mais preocupações e análises de possibilidades do que propriamente uma intenção de conduzir alguma coisa em determinada direção”, afirmou.
Questionado sobre a minuta golpista, o almirante disse o seguinte:
“Eu não vi minuta, ministro. Eu vi uma apresentação na tela de um computador. Havia um telão, onde algumas informações eram apresentadas na tela. Eu não recebi… Quando o senhor fala minuta, eu penso em papel, em um documento que lhe é entregue. Eu não recebi esse tipo de documento.”
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
Angelo Sanchez
10.06.2025 12:23Nunca houve minuto do golpe, e é necessário saber quem divulgou esta notícia falsa. O que havia era um projeto de Decreto que poderia ser acionado em caso de fraude nas eleições. Como as eleições foram consideradas lícitas, tudo virou letras mortas.