Americanas aprova ação judicial contra ex-diretores
Serão alvo de ações judiciais Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas; Anna Saicali, ex-CEO da B2W; e os ex-vice-presidentes José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles
Os acionistas da Americanas decidiram, em assembleia realizada nesta quarta-feira,11, dar aval à atual administração da varejista para iniciar ações de responsabilidade civil contra ex-diretores da companhia em decorrência do rombo contábil revelado em 2023.
A crise financeira gerada pela descoberta de uma fraude contábil levou a Americanas a solicitar recuperação judicial.
A maioria dos acionistas autorizou “a propositura da ação de responsabilidade civil” contra Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas; Anna Saicali, ex-CEO da B2W; e os ex-vice-presidentes José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles.
Segundo a Assembleia Geral Extraordinária (AGE), a ação “em razão dos prejuízos causados à companhia no contexto da fraude contábil e dos demais atos ilícitos praticados durante o exercício social finalizado em 31 de dezembro de 2022”.
Em julho, a empresa realizou um aumento de capital significativo, o que resultou na entrada de credores como novos sócios.
Os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira agora detêm 50,01% das ações da companhia.
Comitê confirma fraudes contábeis
O Comitê Independente confirmou, em relatório revelado em julho, a prática de fraudes contábeis, caracterizadas por lançamentos indevidos relacionados a fornecedores e pela utilização de contratos fictícios para manipulação financeira.
Além disso, a companhia anunciou que o Conselho de Administração havia instruído a diretoria a explorar todas as medidas cabíveis para proteger os interesses sociais e buscar ressarcimento pelos danos sofridos.
Os relatórios sobre essas investigações foram encaminhados ao Ministério Público Federal (MPF), à Polícia Federal (PF) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
CVM isenta Sergio Rial
No início de dezembro, a CVM decidiu isentar Sergio Rial, ex-CEO da Americanas, de qualquer irregularidade em sua atuação ao revelar as inconsistências contábeis em 2023.
Por outro lado, João Guerra, ex-diretor de Relações com Investidores do grupo, que assumiu a liderança da empresa após Rial, foi condenado pela CVM por supostas violações na divulgação de informações relevantes.
A defesa do executivo já anunciou intenção de recorrer da decisão.
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