Alvos de megaoperação contra o PCC são donos de postos do Corinthians?
Três postos oficiais do clube funcionam em endereços pertencentes a alvos da Carbono Oculto
Três postos oficiais do Corinthians funcionam em endereços pertencentes a alvos da Carbono Oculto, megaoperação deflagrada em agosto para desmantelar um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro articulado Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis.
Segundo o G1, todos são bandeira branca, ou seja, não estão ligados a marcas específicas de distribuidoras de combustíveis.
Na base da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), eles foram registrados com as seguintes razões sociais: Auto Posto Mega Líder Ltda, Auto Posto Mega Líder 2 Sociedade Unipessoal Ltda e Auto Posto Rivelino Ltda.
Os donos dos postos
Conforme publicou O Bastidor em maio, dois postos pertencem a Luiz Ernesto Monegatto, empresário do grupo de comando da Copape, empresa de petróleo e gás natural investigada por ter ligação com o PCC.
O terceiro posto é associado a Pedro Furtado Gouveia Neto. Na autorização de funcionamento da ANP, no entanto, o sócio indicado é Himad Abdallah Mourad, irmão de Mohamad Hussein Mourad, responsável por mais de 50 postos de gasolina que estariam em nome de laranjas.
Os investigadores apontam que Mohamad teria “ramificações em múltiplos estados, praticando crimes de organização criminosa, lavagem de capitais, fraudes tributárias e estelionato em operações que superam a cifra de R$ 8,4 bilhões”.
Himad já foi alvo de mandados de busca e apreensão.
Alvo da Operação Carbono Oculto, Luiz Ernesto Monegatto é apontado pela Justiça como sócio em empresas de combustíveis. Além disso, seu nome é relacionado a transações imobiliárias ligadas à lavagem de capital atribuída ao grupo comandado por Mohamad Hussein Mourad.
O posto Mega Líder aparece com registros distintos nas bases de dados oficiais da ANP e da Receita Federal, o que já caracteriza irregularidade.
O que diz o Corinthians?
Em nota, o Corinthians afirmou que os postos são operados por uma empresa licenciada, responsável por intermediar os contratos.
“O Sport Club Corinthians Paulista informa que não é o administrador responsável pelos postos de gasolina citados pela reportagem. Nesses casos o Clube esclarece que trata-se de um contrato de licenciamento de sua marca.
O Corinthians também informa que acompanha com máxima atenção o andamento das investigações para — se necessário — tomar as medidas jurídicas cabíveis em relação aos contratos de licenciamento com os postos de gasolina citados pela reportagem.”
Operação Carbono Oculto
Foi deflagrada em 28 de agosto a megaoperação Carbono Oculto, realizada para desmantelar um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro articulado pelo PCC no setor de combustíveis.
Estavam na mira dos investigadores várias empresas envolvidas na cadeia de importação, produção e distribuição, além de postos de combustíveis.
Segundo a Receita Federal, o PCC utilizava fintechs e fundos de investimento para lavar dinheiro e ocultar patrimônio.
Ao todo, 42 alvos foram localizados em cinco endereços na avenida Faria Lima, em São Paulo.
Pelo menos 40 fundos de investimento (multimercado e imobiliários) eram controlados pelo Primeiro Comando da Capital.
Mais de 1 bilhão de reais em bens foram bloqueados.
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