A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou o YouTube nesta sexta-feira, 13 de dezembro, para que remova vídeos com informações falsas sobre o estado de saúde de Lula. Entre as postagens, há conteúdos que sugerem, inclusive, a morte do presidente.

Segundo a notificação, de caráter extrajudicial, a AGU exige a exclusão do material em até 24 horas ou, ao menos, que os vídeos sejam acompanhados de informações verídicas. 

O órgão afirmou que as publicações “enganam o público sobre a real condição de saúde do Presidente da República” e extrapolam os limites da liberdade de expressão.

“Trata-se, portanto, de desinformação, pois expõe manifestação sobre fatos que não condizem com a realidade, cujo propósito é o de enganar o público sobre a real condição de saúde do Presidente da República”, diz a AGU.

Cirurgia de emergência

Lula está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde a madrugada de terça-feira, 10, quando passou por cirurgia de emergência para drenar um hematoma intracraniano, consequência de uma queda sofrida em outubro. Dois dias depois, ele foi submetido a um procedimento complementar para conter o sangramento.

Na sexta-feira, médicos informaram que o presidente está se recuperando bem e deve receber alta na próxima semana. 

O presidente divulgou um vídeo de sua caminhada no corredor do hospital. Nas imagens, o petista aparece andando ao lado do neurocirurgião Marcos Stavale, um dos integrantes da equipe médica que o acompanha.

Essas são primeiras imagens de Lula desde que foi internado.

O vídeo foi publicado após a equipe médica de Lula divulgar um boletim dizendo que ele segue internado “sob cuidados semi-intensivos”.

Segundo o cardiologista Roberto Kalil, Lula deve ter alta na segunda ou terça-feira da próxima semana.

Especulações

Tanto a equipe médica de Lula quanto o Palácio do Planalto tentam afastar qualquer dúvida sobre a capacidade do petista de seguir no cargo ou se candidatar à reeleição em 2026.

Na quarta, 11, ao anunciar que Lula seria submetido a uma embolização de artéria meníngea no dia seguinte, Roberto Kalil disse se tratar de um procedimento “relativamente simples”, mas foi questionado por especialistas.

“Pelo contrário, é um procedimento formalmente definido como de alta complexidade”, refutou o oncologista Bruno Filardi em seu perfil no X. “Um dos piores inimigos da ciência é a informação propositadamente dúbia ou falsa.” 

O cirurgião vascular Seleno Glauber entrou na conversa, com um extenso detalhamento sobre o procedimento a que Lula foi submetido, e questionou: “Já deu pra perceber que não é nada muito simples, né?”.

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