Acabou a aliança entre PCC e CV?
O acordo de cooperação firmado entre PCC e CV estabelecia a unificação dos advogados das organizações criminosas

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) interceptou mensagens que apontam o possível fim da aliança jurídica entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), as maiores facções criminosas do país.
Segundo o G1, as mensagens foram enviadas na segunda-feira, 28, por chefes do PCC e do CV a faccionados do Amazonas, Acre, Rio de Janeiro e São Paulo, dizendo que “chegou ao fim a aliança e o compromisso”.
Uma delas, assinada pelo PCC, dizia que o “objetivo principal sempre foi poupar vidas, especialmente de dezenas de pessoas inocentes que estavam perdendo suas vidas por pura banalidade. Nosso lema sempre foi e continuará sendo: ‘o crime fortalece o crime’. Permaneceremos abertos ao diálogo com todos que são a favor da paz”.
Outra mensagem, enviada pelo Comando Vermelho, diz: “a partir desta data (28), não mantemos mais qualquer aliança ou compromisso com o Primeiro Comando da Capital (PCC)”.
“Reafirmamos que o respeito à vida humana deve estar acima de tudo” e que “princípios não mudam com alianças; nossa conduta é baseada em honra e responsabilidade”, acrescentou.
Final esperado
O fim da trégua entre as facções criminosas já era aguardado pelo promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeaco) do Ministério Público de Paulo.
“O PCC é bem diferente do Comando Vermelho. O PCC tem um comando praticamente único, uma sintonia final única e os estados devem obediência ao que foi determinado por São Paulo. Já no caso do Comando Vermelho, o que a gente observa é que os estados têm uma certa autonomia, então já haveria uma dificuldade de isso ser acatado, principalmente quando tem esses interesses, pelas rotas, pelos pontos de drogas. Eu já imaginava que essa trégua seria passageira”, afirmou o promotor ao portal.
A trégua entre PCC e CV
Como mostramos, o Comando Vermelho e o PCC selaram uma “trégua” negociada desde 2019.
Há cinco anos, o chefe do CV, Marcinho VP, e o líder do PCC, Marcola, discutiam os termos do acordo que incluiria o compartilhamento de rotas de escoamento de cocaína no país.
Os dois trajetos seriam a rota Caipira, que leva drogas produzidas em países sul-americanos pelo interior de São Paulo e Triângulo Mineiro até a África e Europa, além da rota Solimões, no Amazonas, comandada pelo Comando Vermelho.
O objetivo do acordo
Um relatório de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, mostrou que o acordo de cooperação firmado entre PCC e CV estabelecia a unificação dos advogados das organizações.
O objetivo, segundo o Fantástico, da TV Globo, seria tornar menos rígido o tratamento de presos perigosos no sistema penitenciário nacional.
“A unificação dos advogados do Primeiro Comando da Capital, o PCC, e Comando Vermelho, o CV, vem sendo formatada por integrantes do alto escalão das duas facções. E teria como objetivo fortalecer os grupos criminosos para, principalmente, pleitear demandas dos chefes presos no sistema penitenciário federal”, diz o relatório.
“Dados apontariam que integrantes do PCC já estariam reunindo assinaturas de pessoas em condições de votar para subsidiar um suposto ‘abaixo-assinado’ em que os signatários pleiteariam a flexibilização da lei para permitir o retorno de visitação com contato físico no sistema prisional federal”, acrescenta.
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Comentários (3)
Alexandre Ataliba Do Couto Resende
30.04.2025 14:06A única coisa realmente organizada no país é o crime.
Annie
30.04.2025 10:52O mais absurdo é que os chefes estão presos em segurança máxima comando as facões so mesmo no Bananil.
Fabio B
30.04.2025 10:19A relação cabulosa só vai continuar no governo, com o representante dessas facções visitando ministérios, tirando fotos com parlamentares, com ministros do STF participando ativamente de documentários em defesa das reinvindicações do crime, com artistas apologistas ao crime se apresentando em festivais bancados com dinheiro público e em programas de TVs simpáticos ao governo.