A trégua entre PCC e CV
Facções criminosas costuraram armistício, negociado desde 2019, para controle de rotas de saída da cocaína do país

As facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) selaram uma trégua negociada desde 2019, segundo revelou o Metrópoles.
Há cinco anos, o chefe do CV, Marcinho VP, e o líder do PCC, Marcola, discutiam os termos do acordo que incluirá o compartilhamento de rotas de escoamento de cocaína no país.
Os dois trajetos que serão compartilhados são a rota Caipira, que leva drogas produzidas em países sul-americanos pelo interior de São Paulo e Triângulo Mineiro até a África e Europa, além da rota Solimões, no Amazonas, comandada pelo Comando Vermelho.
A pacificação entre os componentes do grupo criminosos também tem o objetivo de combater as regras determinadas pelo Sistema Penitenciário Federal, onde estão presos os líderes das facções.
Segundo o promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeaco) do Ministério Público de Paulo, a “trégua” entre as duas organizações criminosas já estava estabelecida no Rio e em São Paulo desde 2023.
“Agora ela se espalhou por outros estados“, disse.
As investigações do MP apontaram que o PCC chegou a financiar advogados, no valor de R$ 10 milhões de seus cofres, para representarem a defesa de criminosos do CV.
Os “salves”, conhecidos como os avisos internos do PCC, já foram enviados aos integrantes da facção proibindo matar os criminosos do CV ou invadirem as áreas dominadas pela organização criminosa.
Segundo o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Marcus Vinícius de Almeida, a união pode virar um problema maior ao Estado.
“Estamos bastante preocupados. A gente compreende que uma união dessas organizações criminosas, que deveriam, inclusive, já terem sido classificadas como terroristas, certamente terá reflexo negativo contra a população no curto prazo.”
No Rio, o secretário de Segurança, Victor Santos, teme que o CV se torne um braço armado do PCC, que atuaria de maneira mais sofisticada.
“Hoje em dia, para eles, é tudo pelo negócio. Esquece tráfico de drogas. Hoje é território. Quando brigam, é por áreas“, disse Santos.
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Comentários (1)
JEAN PAULO NIERO MAZON
13.02.2025 23:53Certo o secretário do Amazonas! São organizações terroristas, com territórios e leis! Deveriam ser classificadas assim e combatidas pelo EB