Um Bolsonaro que toma vacina
Flávio se apresenta como um "Bolsonaro mais moderado", mas ainda não conseguiu convencer nem o mundo político, nem o mundo econômico
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ, foto) tenta desde o fim de semana convencer líderes partidários, o mercado e a torcida do Flamengo de que pode ser um candidato competitivo contra Lula na disputa pela Presidência da República em 2026.
Um de seus principais argumentos, além do prestígio do sobrenome em parte do eleitorado de direita, é o fato de que tomou duas doses da vacina contra Covid durante a pandemia de coronavírus.
Jair Bolsonaro se notabilizou por desconfiar publicamente das vacinas e chegou a ser indiciado por suspeita de falsificação de seu cartão de vacinação, em um caso que acabou arquivado.
“Não quero dar recado, quero mostrar quem eu sou. Tenho os mesmos princípios, tenho o sangue Bolsonaro, mas nenhum ser humano é igual ao outro. Em vários momentos, ele tinha um entendimento, eu tinha outro. Ele não quis tomar vacina [contra a Covid]; eu tomei duas doses. Só para te dar um pequeno exemplo de que vocês verão um Bolsonaro centrado, equilibrado e que tem algumas opiniões próprias”, disse o filho 01 de Bolsonaro em entrevista para a Folha de S.Paulo.
Questionado pelo jornal se considera que o estilo do pai não é o ideal, o senador modulou:
“É o meu jeito, não estou fazendo teatro. Todo mundo que tentou ser igual a Bolsonaro se deu mal. Bolsonaro é inigualável. Ele é a minha referência. Só que se eu tentar ser igual a ele, não vou estar sendo eu.”
“Bolsonaro mais moderado”
A pergunta foi refeita de outra forma (“Tem prejuízo em ser igual a ele?”), e Flávio respondeu se definindo como um “Bolsonaro moderado”:
“Quem vai falar é o eleitor. Muita gente pedia: ‘Bolsonaro, você tem que ser mais moderado’. Pô, sou eu. Bolsonaro mais moderado”
Por enquanto, o Bolsonaro mais moderado ainda não convenceu.
Os potenciais aliados em 2026, como União Brasil, PP e Republicanos, não demonstraram muita animação com a candidatura do senador, que tenta barganhar uma anistia sem muito horizonte para o pai.
O mercado também mantém a desconfiança.
O dólar segue em forte alta desde sexta-feira, 5, quando Flávio confirmou que seu pai o indicou para a “missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação”, e o Ibovespa, principal índice da B3, opera em queda desde então.
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