Um banco para Luciano Huck?
Luciano Huck avalia comprar o Will Bank, controlado pelo Banco Master, em operação que pode juntar os mundos das finanças e da mídia
O apresentador Luciano Huck estuda a compra do banco digital Will Bank, controlado pelo Banco Master, em operação que desafia o modelo tradicional de convergência entre mídia e finanças.
A informação é da Folha de S. Paulo, que relata que as tratativas ainda seriam iniciais, com o apresentador integrando um grupo de investidores que examina a viabilidade dessa empreitada. No momento há negociações que não envolvem compromisso público formal.
O Will Bank, com cerca de 9 milhões de clientes em abril, encerrou o primeiro semestre de 2025 com 14,4 bilhões de reais em ativos e prejuízo operacional de 244,7 milhões, mantendo patrimônio líquido de cerca de 300 milhões.
A instituição digital já atua como patrocinadora de um dos quadros do programa de Huck na TV Globo, o que reforça a relação entre a presença midiática e ambições financeiras.
Do ponto de vista estratégico, a compra da fintech representaria uma aposta na transição ao modelo bancário digital e no controle direto de uma plataforma com capilaridade crescente entre públicos de menor renda.
Para o controverso Banco Master, comandado por Daniel Vorcaro, a venda do Will Bank poderia aliviar passivos, em um momento em que a controladora recorreu a uma linha emergencial de cerca de 4 bilhões de reais do Fundo Garantidor de Créditos para honrar depósitos.
Só que alguns obstáculos regulatórios podem surgir no horizonte. O aumento de capital do Master e do Will Bank foi aprovado recentemente pelo Banco Central, aumentando o capital da holding para 1,58 bilhão de reais e do Will Bank para 789 milhões.
Além disso, uma tentativa anterior de fusão entre o BRB (Banco de Brasília) e Master foi barrada pela autoridade monetária por falta de comprovação da viabilidade econômico-financeira.
Se realmente seguirem adiante com esse projeto, Luciano Huck e seu grupo precisariam demonstrar credibilidade ao Banco Central, estabelecer uma governança clara e articular uma narrativa que supere a simples associação entre celebridade e negócio financeiro.
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