O que não te contaram sobre a popularidade de Trump

24.05.2025

logo-crusoe-new
O Antagonista

O que não te contaram sobre a popularidade de Trump

avatar
Alexandre Borges
4 minutos de leitura 30.04.2025 07:50 comentários
Análise

O que não te contaram sobre a popularidade de Trump

Pesquisas mostram que o presidente americano mantém força em segmentos-chave, apesar da rejeição elevada em outros grupos

avatar
Alexandre Borges
4 minutos de leitura 30.04.2025 07:50 comentários 1
O que não te contaram sobre a popularidade de Trump
Imagem: IA por Alexandre Borges

A avaliação do desempenho de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos escancara a divisão interna da sociedade americana. E como os números agregados enganam.

Em abril de 2025, pesquisas dos institutos Pew Research Center, Gallup, Marist, Reuters/Ipsos e YouGov apontaram taxas de aprovação entre 40% e 45%. São números considerados “baixos” por muitos, mas que escondem uma realidade mais complexa.

Trump continua popular entre segmentos decisivos do eleitorado, ao mesmo tempo em que enfrenta rejeição acentuada em outros.

Eleitores brancos seguem sendo sua base mais fiel. Nesse grupo, a aprovação ultrapassa os 50%. Já entre os negros, o apoio desce a 14%. Entre hispânicos, recuou para 27%, e entre asiático-americanos, caiu de 47% em fevereiro para apenas 29% em abril.

A divisão se repete entre homens e mulheres.

O republicano tem 44% de aprovação entre os homens e 37% entre as mulheres.

O padrão também é evidente por idade e escolaridade. Jovens e diplomados universitários rejeitam Trump majoritariamente. Já eleitores mais velhos e com menor nível de instrução sustentam parte expressiva de seu apoio.

A filiação partidária define com precisão o quadro.

Entre republicanos, Trump alcança aprovação de até 90%, segundo a Gallup. A YouGov confirma 86%, e a Marist aponta que 54% deram nota “A” ao presidente.

Entre os democratas, a situação é inversa: a aprovação não passa de 7% na Pew, 4% na Gallup, e 2% na Quinnipiac. 80% dos democratas atribuíram nota “F” ao governo, segundo a Marist. A polarização é total e é a verdadeira notícia

O grupo dos independentes, que costuma decidir eleições, mostra queda progressiva no apoio desde o início do ano. A deterioração nesse segmento preocupa estrategistas republicanos, especialmente em estados-pêndulo.

A queda mais recente se intensificou após o anúncio de tarifas de importação em abril.

Mesmo sob críticas, Trump permanece como figura central da política americana. Continua mobilizando sua base e influenciando o debate nacional. A rejeição expressiva em parte do eleitorado não elimina sua capacidade de articulação e competitividade.

Esse fenômeno não é exclusivo dos Estados Unidos.

Democracias ocidentais enfrentam realidades semelhantes. A polarização avança e transforma o modo como líderes são avaliados. Identidades políticas se sobrepõem a discussões objetivas sobre governo e políticas públicas.

Além disso, comparar os índices atuais com os de 20, 50 ou 100 anos atrás é um erro comum. O contexto político e eleitoral mudou de forma profunda. O ecossistema de informação que moldava a opinião pública era mais concentrado, com menos atores e mais controle editorial.

Hoje, redes sociais fragmentaram o debate público.

A informação circula praticamente sem filtro, com espaço aberto para desinformação, manipulação, discursos irracionais e histéricos. Pesquisas de opinião passaram a refletir não apenas percepções racionais, mas estados afetivos e identitários.

As bolhas criadas por algoritmos digitais refo/rçam crenças preexistentes. Grupos diferentes consomem realidades distintas. Isso torna a opinião pública menos permeável ao contraditório e mais resistente a mudanças.

A imprensa também passou a desempenhar papel ativo na polarização. Deixou de ser mediadora e tornou-se agente do processo. Muitas vezes, adota posições políticas e condiciona a cobertura jornalística à lógica da disputa ideológica.

Comparar índices de popularidade sem levar em conta essas transformações é descontextualizar os dados. Os números de hoje refletem um ambiente de polarização extrema, hiperfragmentação da informação e uso político das plataformas de comunicação.

Os antigos padrões de aprovação presidencial foram construídos em contextos mais estáveis.

Os atuais traduzem uma nova era, marcada por disputas permanentes por atenção, por narrativas e por identidade.

Avaliar Trump apenas pelos percentuais médios esconde a real complexidade do cenário.

  • Mais lidas
  • Mais comentadas
  • Últimas notícias
1

Desnorteado, governo Lula recua em parte do aumento do IOF

Visualizar notícia
2

Moraes ameaça prender Aldo Rebelo por desacato

Visualizar notícia
3

Todo mundo odeia o Boulos

Visualizar notícia
4

Haddad esperou Bolsa fechar para anunciar aumento de IOF

Visualizar notícia
5

IA ameaça engenheiro em teste e acende alerta

Visualizar notícia
6

Crusoé: Janja e a arte de ignorar o que não se sabe

Visualizar notícia
7

Crusoé: A sem noção

Visualizar notícia
8

“Faz tempo que o piloto sumiu”, oposição reage à trapalhada do governo Lula sobre IOF

Visualizar notícia
9

Columbia: Diplomas queimados, caos e gritos pró-Hamas em formatura

Visualizar notícia
10

Mourão nega intenção de golpe por parte de Bolsonaro

Visualizar notícia
1

Desnorteado, governo Lula recua em parte do aumento do IOF

Visualizar notícia
2

Haddad tenta explicar recuo no IOF: “Questão técnica”

Visualizar notícia
3

Lewandowski condecora Alcolumbre por "relevantes serviços prestados"

Visualizar notícia
4

Moraes ameaça prender Aldo Rebelo por desacato

Visualizar notícia
5

Columbia: Diplomas queimados, caos e gritos pró-Hamas em formatura

Visualizar notícia
6

IBGE anuncia cooperação com Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS)

Visualizar notícia
7

Mourão nega intenção de golpe por parte de Bolsonaro

Visualizar notícia
8

Como as mudanças no IOF impactam o mercado e você

Visualizar notícia
9

IA ameaça engenheiro em teste e acende alerta

Visualizar notícia
10

Trump mira Europa com tarifa de 50%; dólar se desvaloriza imediatamente

Visualizar notícia
1

Justiça desbloqueia salários de Crivella

Visualizar notícia
2

Crusoé: Um governo refém de Nikolas Ferreira

Visualizar notícia
3

STF notifica TSE para troca de sete deputados federais

Visualizar notícia
4

Jornalista é enganado por IA e passa vergonha

Visualizar notícia
5

A regulamentação chinesa sugerida por Janja é bem pior do que ir preso por falar mal do governo

Visualizar notícia
6

Ex-presidente da Câmara de Nilópolis é morto a tiros

Visualizar notícia
7

Pentágono reafirma compromisso com a Coreia do Sul: “Aliança sólida”

Visualizar notícia
8

Fux será relator de pedido de Nikolas para obrigar Câmara a criar CPI do INSS

Visualizar notícia
9

Justiça arquiva processo contra Jair Renan por dívida a banco

Visualizar notícia
10

Hugo Calderano garante medalha inédita no Mundial de Tênis de Mesa

Visualizar notícia

logo-oa
Assine nossa newsletter Inscreva-se e receba o conteúdo do O Antagonista em primeira mão!
< Notícia Anterior

Deborah Secco revela desinteresse de voltar para novelas

30.04.2025 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

Horóscopo 30/04 e as previsões dos astros para sua 4°feira

30.04.2025 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Alexandre Borges

Analista Político em O Antagonista

Suas redes

Instagram

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (1)

Luis Eduardo Rezende Caracik

30.04.2025 10:58

Alexandre, pense nisso: Imprensa não é mediadora, nem deve ser. Deve ser fonte de informação verdadeira, verificada e completa. Se não for, não é imprensa.


Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Um país governado pelo marido da primeira-dama

Um país governado pelo marido da primeira-dama

Gustavo Nogy Visualizar notícia
Crusoé: Janja e a arte de ignorar o que não se sabe

Crusoé: Janja e a arte de ignorar o que não se sabe

Duda Teixeira Visualizar notícia
Crusoé: Unificar eleições é risco para a democracia

Crusoé: Unificar eleições é risco para a democracia

Duda Teixeira Visualizar notícia
Trump mira Europa com tarifa de 50%; dólar se desvaloriza imediatamente

Trump mira Europa com tarifa de 50%; dólar se desvaloriza imediatamente

Pedro Kazan Visualizar notícia
Icone casa

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.