Lula depende dos distraídos
Pesquisas de opinião sugerem que restou ao petista torcer para os brasileiros estarem olhando para outro lado enquanto ele governa

Pesquisa do instituto AtlasIntel divulgada na segunda-feira, 28, indica o que já tinha sugerido levantamento Datafolha: Lula (foto) parece estar conseguindo estancar o processo de desaprovação popular que seu governo sofre desde o início de 2024, apesar de a maioria ainda desaprová-lo.
A pesquisa aponta que a desaprovação de 53,6%, registrada em março, caiu para 50,1%, fora da margem de erro de 1 ponto percentual. Já a aprovação, em tendência de queda desde janeiro de 2024, subiu de 44,9% para 46,1%.
A aprovação do governo também melhorou um pouco: a avaliação ótimo/bom saiu de 37,4% para 40,2% em um mês, enquanto o percentual de ruim/péssimo foi de 49,6% para 47,7%.
A pesquisa Latam Pulse consultou por recrutamento digital aleatório 5.419 eleitores brasileiros de 20 a 24 de abril.
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Os motivos
Alguma melhora na aprovação era esperada após o governo concentrar todos os seus esforços — inclusive financeiros, às custas da própria saúde fiscal — na tentativa de retomar a popularidade perdida. Mas o CEO do AtlasIntel, Andrei Roman, apontou outros motivos para o que chamou de “boas notícias para o governo Lula”.
“Depois de 6 meses de piora consecutiva a pesquisa Atlas aponta para uma clara reversão de tendência. Razões principais: 1. Recuperação da confiança na economia; 2. Mudança do referencial relevante por conta do noticiário externo; 3. Isenção IR”, enumerou Roman em seu perfil no X.
A “Mudança do referencial relevante por conta do noticiário externo” pode ser lida como Donald Trump. O presidente americano monopolizou o noticiário internacional com sua guerra tarifária, o que teria tirado parte da atenção do eleitorado brasileiro sobre Lula, assim como o fez a morte do papa Francisco.
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Quanto mais aparece, pior
Essa análise corrobora o resultado de outra pesquisa, divulgada no início de abril. Levantamento Genial/Quaest indicou que quanto mais o presidente aparece, pior fica a sua aprovação perante o eleitorado brasileiro.
Quando a pesquisa foi divulgada, o diretor da Quaest, Felipe Nunes, disse que “ao contrário do que acontecia no passado, aumentar a exposição de Lula por meio de entrevistas e eventos não tem conseguido produzir melhora na percepção sobre o presidente”.
Segundo aquela pesquisa, 50% dos brasileiros acreditam as aparições públicas de Lula pioram a percepção sobre o petista, ante 31% que avaliam que o aumento de sua exposição foi positivo para ele. Outros 13% achavam que isso não melhorou nem piorou sua imagem, e 6% não responderam.
Cedo demais
Diante dessas informações, ainda é cedo para os governistas celebrarem uma melhora na aprovação de Lula — ou ao menos um intervalo no processo de piora —, até porque não houve mudanças consideráveis no processo inflacionário, muito por causa do governo Lula.
Ainda é preciso, também, observar como o escândalo do INSS vai impactar na popularidade do governo, que ainda tenta empurrar para a gestão de Jair Bolsonaro a responsabilidade sobre os descontos não autorizados em pensões.
O que essas pesquisas sugerem de forma mais clara é que restou a Lula torcer para os brasileiros estarem olhando para outro lado enquanto ele governa.
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Comentários (6)
ALDO FERREIRA DE MORAES ARAUJO
29.04.2025 19:57A sorte de todo político populista no Brasil é que a maioria da população só se interessa e entende (acho) de futebol, novela, BBB e notícias policiais, nada de corrupção, homicídios, assaltos e latrocínios mesmo.
Marian
29.04.2025 18:49Ora ora ora ....tem que ter criatividade kkkkk
JOSE ROBERTO CARRARA
29.04.2025 15:09"quanto mais aparecece, pior" isso mostra infelizmente, que os eleitores não tem um minimo de discernimento e nem coerencia. Por acaso esse que se diz presidente precisa aparecer em publico, para que todos se lembrem do seu passado sujo?
Fabio B
29.04.2025 14:46Angelo Sanchez, ao fazer esse tipo de afirmação tola, como essa que o "Bolsonaro nunca compactuou com nenhum golpe", você acaba ajudando e justificando o Lula e as narrativas do PT. Nem vou entrar nas provas materiais, mensagens trocadas que comprovam a ciência e participação ativa de Bolsonaro. Mas lembro os depoimentos documentados dos dois ex-comandantes das Forças Armadas da época, sendo que um deles chegou a ameaçar de prender o presidente, caso insistisse na aventura golpista. Não sei se você que não tem acesso a informação alguma ou se vive em negação, mas de qualquer forma se prestar a um papel desses é mais vergonhoso para você do que pro próprio pilantra que você idolatra.
Angelo Sanchez
29.04.2025 14:22Enquanto Bolsonaro não compactuou com nenhum golpe, o "descondenado", já afirmou que ele daria o golpe para derrubar o governo eleito, pois, não se acovardaria.
Fabio B
29.04.2025 14:13Vai fazer como sempre fez, como em seguida também fizeram a Dilma e o Bolsonaro. Vão fazer o diabo, ainda mais que nem teto mais tem para furar, passar auxílio disso, daquilo e comprar voto como se não houvesse amanhã.