Lideranças petistas criam o “antissemitismo diplomático”
O mundo democrático ocidental deveria agradecer Israel. Mas aonde “enfiar” o antissemitismo?

Na acepção original do termo, antissemitismo é preconceito, hostilidade e/ou discriminação contra judeus, mas, há tempos, passou a ser compreendido como toda e qualquer forma de pensamento e/ou atitudes que possam colaborar com o discurso e/ou práticas que caminhem no sentido da extinção do estado israelense e, no limite, a aniquilação do próprio povo judeu, ainda que involuntariamente.
Apoiar, por exemplo, o Hamas em nome do povo palestino é, sim, uma prática antissemita, pois o grupo terrorista sabidamente prega, em seus estatutos, o fim de Israel e dos judeus. O Hamas, como o Hezbollah e outras células terroristas financiadas pelo fundamentalismo islâmico, liderado pelo Irã, não representam a “causa palestina”, até porque tomaram à força a Faixa de Gaza e o sul do Líbano.
Pessoas ou entidades que atacam Israel, sempre em nome dos direitos humanos, solidários com o sofrimento – real e lamentável, sim! – do povo palestino, esmagado em meio à guerra do estado judeu com os terroristas do Hamas, normamelmente são os mesmos que jamais, em tempo algum, se preocupam com os mesmos direitos humanos no Irã, na Venezuela, na China ou na Rússia.
Humanismo de araque
Ou seja, é impossível dissociar tal movimento de atitude antissemita, pois claramente seletivo, ou melhor, objetivo: só protestam e pedem providências contra Israel. Na maioria das vezes, inclusive, não têm a menor ideia das causas do conflito e são absolutamente ignorantes sobre a história da região. Postam-se sempre contra os judeus por opção ideológica, política e religiosa. Simples assim.
O presidente Lula já nem disfarça mais, e há muito tempo. Historicamente aliado aos piores sanguinários antissemitas do mundo após Hitler – Yasser Arafat, Mahmoud Ahmadinejad e Muammar Al Gaddafi -, desde os atentados de 7 de outubro de 2023 postou-se totalmente contrário à defesa de Israel e passou a atuar quase como um porta-voz informal do tal Ministério da Saúde de Gaza (o próprio Hamas).
Pior. Passou a acusar reiteradamente o governo israelense de genocídio, a repetir e divulgar fatos, números e dados – sabidamente falsos – propagandeados pelo Hamas, e até mesmo a recomendar que os judeus “parem com vitimismo”, como se os pogroms, as guerras históricas após os ataques da Liga Árabe, o Holocausto e a barbárie do 7 de outubro fossem meros factoides para vitimismo barato.
Antissemitismo explícito?
Em outubro de 2024, o ministro da Defesa de Lula, José Mucio Monteiro, admitiu publicamente que o ministério das Relações Exteriores criava “embaraços diplomáticos” à importação de equipamentos de defesa israelenses: “Houve uma licitação, venceram os judeus, o povo de Israel, mas, por questão da guerra, do Hamas, nós estamos com essa licitação pronta, mas, por questões ideológicas nós não pudemos aprovar.”
Em fevereiro de 2024, após Lula acusar Israel de genocídio e compará-lo ao nazismo, o deputado federal do PT mineiro, Rogério Correia, assim se manifestou no X: “Presidente Lula colocou os pingos nos is, disse o que todos pensam e agora o governo genocida de Israel quer chantagear o Brasil. Enquanto o genocídio continuar em Gaza , o Brasil deveria romper relações com Israel. O assassinato de crianças e mulheres se compara sim, ao q Hitler fez com judeus.”
Já na segunda-feira, 16, um manifesto dos candidatos à presidência do PT – em eleição que ocorrerá no próximo dia 6 de julho – pede ao presidente Lula a suspensão das relações diplomáticas e comerciais com o governo de Israel, redobrando o viés lulopetista contra os judeus em “solidariedade seletiva” – o nome do manifesto é: Em defesa do povo palestino. Eu chamo de antissemitismo diplomático.
Irã nuclear
Na sexta-feira, 13 – dia mais apropriado, impossível -, o governo Lula emitiu nota (para a surpresa de ninguém) condenando a ofensiva israelense contra o Irã, notadamente suas instalações nucleares: “O governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional.”
A soberania a que o governo Lula se refere é a mesma que sonega à Ucrânia, invadida cruelmente pela Rússia, e ao próprio Israel, reiteradamente atacado pelo Irã através de seus braços terroristas. O lulopetismo, mais uma vez, não perde a chance de se colocar do lado errado da história. Ou será que os amigos – Lula e Alckmin – do regime iraniano querem vê-lo de posse de armas nucleares?
Quem, em sã consciência, pode admitir que um regime assumidamente terrorista, que promete aniquilar os judeus e ameaça, inclusive, outras etnias da região – além da Europa e os Estados Unidos, a quem chama de “Grande Satã” -, tenha em mãos uma bomba atômica? Já não basta a Coreia do Norte, Sr. Lula? O mundo democrático ocidental deveria agradecer Israel. Mas aonde “enfiar” o antissemitismo?
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Comentários (3)
Marian
17.06.2025 20:39Todo cuidado é muito pouco. Um partido que se dizia socialista, fez o que fez no século XX
Guilherme Rios Oliveira
17.06.2025 19:21Concordo em gênero, número e grau!!!
Sandra
17.06.2025 18:53Eu até te responderia Ricardo Kertzman, mas acho que não precisa