Janja parece um Tiü França de Lula no G20

17.03.2025

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Janja parece um Tiü França de Lula no G20

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Ricardo Kertzman
4 minutos de leitura 18.11.2024 09:22 comentários
Análise

Janja parece um Tiü França de Lula no G20

Causando constrangimento à comitiva brasileira e desconforto ao marido, a primeira-dama acabou atuando como uma militante explosiva

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Ricardo Kertzman
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Janja parece um Tiü França de Lula no G20
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Aloprado era um adjetivo meio em desuso até que em 2006, durante a campanha eleitoral, vigaristas petistas – sim, há vigaristas que não são petistas – tentaram comprar um dossiê falso contra o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB), que disputava o Palácio dos Bandeirantes contra Aloizio Mercadante. Serra, quatro anos antes, fora rival de Lula na corrida pela Presidência da República. 

O tal dossiê pretendia atingir também o tucano Geraldo Alckmin, à época rival do chefão do PT, que tentava a reeleição como presidente. Hoje, como sabemos, são BFF – Best Friends Forever. Um trambiqueiro apresentou o papelucho aos petistas, que então foram ao seu encontro em um hotel em São Paulo, com quase dois milhões de reais em dinheiro vivo – mais de cinco milhões de reais atualizados.

Flagrados pela Polícia Federal (PF), foram todos em cana, inclusive um tesoureiro e um advogado do Partido dos Trabalhadores (PT). Lula, à época, seguindo o padrão “não sei de nada, foram os outros”, declarou: “Você escolhe um companheiro para determinada função. No caso do pessoal que cuidava da pseudointeligência da minha campanha, nem fui eu que escolhi. Quem escolheu foi o presidente do partido, Ricardo Berzoini”.

Aloprados e alopradas

Eu quero saber não apenas de onde veio o dinheiro. Eu quero saber quem foi que mudou a engenharia política para essa barbárie que foi feita. Eu quero saber quem é que arquitetou uma loucura dessas. Se um bando de aloprados resolveu comprar um dossiê, é porque alguém disse para eles que esse dossiê deve ter coisas do arco da velha. Então eu não quero saber apenas de onde veio o dinheiro”, concluiu o pobre inocente.

Aloprado é um adjetivo masculino que significa, segundo um dos “pais dos burros”, vulgo dicionário, “um termo informal relativo a alguém que parece ou é maluco, adoidado ou amalucado. Pode também significar alguém que está muito agitado ou inquieto”. Bem, neste contexto e diante da aparição, digamos aloprada, da primeira-dama Janja da Silva no encontro do G-20, sábado, 16, no Rio de Janeiro, nada mais apropriado.

A todo-poderosa esposa, chanceler, articuladora, interlocutora, organizadora, porta-voz, ministra, cuidadora etc. etc. etc. estava mesmo – como talvez dissesse Lula contra, sei lá, Michelle Bolsonaro, em situação análoga, por exemplo – “aloprada”. A moça mandou Elon Musk “sifu”, defendeu a censura, que chama de regulamentação, das redes sociais e chamou Alexandre de Moraes de “Grande parceiro” (contra fake news).

Militância explosiva

Janja, apelida por maledicentes de “Esbanja”, por gastos com viagens, decoração dos palácios e outros mimos custeados pelos pobres que o maridão jura defender, também organizou um festival de música que logo foi chamado de Janjapalooza. Contrariada, se irritou quando uma pessoa na plateia brincou com o nome. Logo ela – que não poupa zombaria a terceiros – não gostou de ser “zoada”, tadinha.

Criticando – neste caso, corretamente – o ódio que impera nas redes sociais, lembrou do militante bolsonarista que atentou contra o Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira passada, dia 13 de novembro, que acabou morrendo pela explosão de uma das bombas que atirou contra a sede do Judiciário. De forma, no mínimo, indevida, chamou um homem morto de bestão: “O bestão lá acabou se matando com fogo de artifício”.

Causando profundo constrangimento à comitiva brasileira e mesmo certo desconforto ao próprio marido, que veladamente a recriminou durante um discurso – “Eu queria dizer para vocês que essa é uma campanha em que a gente não tem que ofender ninguém, não temos que xingar ninguém” -, a primeira-dama acabou atuando não apenas como aloprada (agitada, inquieta), mas como uma explosiva militante, uma espécie de Tiü França oficial.

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