Então as fake news do Pix eram fake news?
Segundo AtlasIntel, 58,4% dos brasileiros entenderam que o monitoramento do Pix pretendia "fiscalizar o devido pagamento de impostos e combater a lavagem de dinheiro"

Além de indicar que a popularidade de Lula segue em queda, a pesquisa AtlasIntel divulgada nesta terça-feira, 11, sugere também que as alegadas fake news sobre o monitoramento do Pix, usadas pelo governo Lula para justificar o recuo da medida, não foram o motivo para a rejeição popular da iniciativa.
Segundo a pesquisa Latam Pulse Atlas, 58,4% dos brasileiros entenderam que o objetivo do monitoramento das movimentações do Pix acima de 5 mil reais por mês era “fiscalizar o devido pagamento de impostos e combater a lavagem de dinheiro”.
Apenas 16,7% dos 3.125 consultados de 27 a 31 de janeiro interpretaram que o objetivo da medida era “taxar as transações realizadas via Pix”, a alegada fake news. Outros 24,8% disseram que enxergaram outros motivos ou não sabiam responder.
“Pânico“
Ao anunciar o cancelamento da instrução normativa que previa o monitoramento do Pix, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas (foto), disse que “pessoas inescrupulosas distorceram e manipularam o ato normativo da Receita Federal, prejudicando muita gente no Brasil, milhões de pessoas, causando pânico principalmente na população mais humilde”.
Barreirinhas não detalhou na ocasião — e nem depois —as distorções e manipulações que teriam levado o governo a cancelar a medida, que desgastou a imagem de Lula, cuja gestão que é conhecida pela dificuldade de conter gastos e o consequente apetite por impostos para sustentar os altos custos.
A mesma pesquisa AtlasIntel indica que o monitoramento do Pix foi apontado como o segundo maior erro do governo Lula, reprovado por 58%, atrás apenas da decisão de extinguir a desoneração de compras do exterior abaixo de 50 dólares, reprovada por 70% dos entrevistados.
Quem parou de usar?
O levantamento da AtlasIntel, feito em parceria com a Bloomberg, também questionou: “Após tomar conhecimento da medida da Receita Federal que ampliava a fiscalização das movimentações financeiras via Pix, você diminuiu ou pensou em diminuir a frequência com que utiliza o Pix para fazer pagamentos, transferências ou recebimentos?”.
A maioria dos consultados, 58,9%, disse que seguiu usando a ferramenta normalmente. Outros 24,3% disseram que chegaram a pensar em evitar o uso do Pix, mas seguiram usando. Apenas 14,7% disseram ter evitado usar o Pix e 2,1% admitiram ter parado de usar.
O Banco Central registrou uma queda maior que o normal no uso do Pix na primeira quinzena de janeiro, o que foi interpretado como consequência da desconfiança sobre as intenções do governo Lula ao ampliar a fiscalização.
Os principais afetados
O AtlasIntel também perguntou quais seriam os principais afetados pela instrução normativa da Receita Federal que ampliava a fiscalização das movimentações financeiras via Pix. Para 31%, seriam os “grandes sonegadores de impostos”.
Outros 24,8% apontaram “todos os cidadãos de maneira geral”; 24% disseram trabalhadores informais; 14,1% indicaram o crime organizado e 6% optaram por “pequenos empresários e comerciantes”.
Os números da AtlasIntel indicam que o governo Lula fez um teatro para recuar do monitoramento do Pix, como quem acompanha O Antagonista já tinha percebido desde a encenação. O problema do governo Lula não é a mentira, mas a verdade.
Leia mais: Quem acreditou no teatro contra fake news do Pix?
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Comentários (2)
Carlos Renato Cardoso Da Costa
11.02.2025 16:34Propaganda, propaganda, propaganda. O governo não tem nada mais que isso.
Clayton De Souza pontes
11.02.2025 15:01Esse governo não tem credibilidade e isso é reforçado pelas diversas propostas lançadas e abortadas após mínimas contestações