Do Oscar ao fiasco: a queda de Jared Leto
Depois de vários fracassos, Jared Leto encara o maior desafio da carreira: provar que ainda há espaço para ele ser protagonista em Hollywood
O retorno de Jared Leto aos holofotes com “Tron: Ares” acabou sendo mais do que o lançamento de um novo blockbuster da Disney. Se tornou o símbolo do desgaste de uma carreira que há um bom tempo oscilava entre promessas e frustrações.
Na estreia mundial em Hollywood, o ator parecia reviver tempos de uma glória distante. Pelas imagens e descrições do evento, tudo foi cheio de efeitos, ativações comerciais tecnológicas e o tradicional glamour da franquia.
Só que logo ficou claro o contraste com o desempenho decepcionante do filme, que custou 180 milhões de dólares (sem contar marketing, que deve ter subido a conta para mais de 250 milhões) e arrecadou apenas 60 milhões e fim de semana de estreia, em todo o mundo.
Esse contraste mostra com realidade a trajetória recente de Leto. Desde o Oscar por “Clube de Compras Dallas”, em 2014, o ator não conseguiu repetir o sucesso.
Seus papéis seguintes, muitas vezes escondidos por maquiagem pesadas ou efeitos digitais, renderam mais memes do que prestígio. Em “Esquadrão Suicida”, de 2016, sua interpretação do Coringa atraiu muitas críticas do público. O próprio ator depois declararia que nunca assistiu ao filme para evitar se constranger.
Já “Morbius”, de 2022, apesar de trazer a grife da Marvel, foi considerado um fracasso comercial, arrecadando 167 milhões de dólares diante de um orçamento de 83 milhões (novamente, sem contar os enormes custos de marketing).
Outros títulos seguiram o mesmo padrão. “Blade Runner 2049”, apesar dos elogios, não atraiu espectadores. “Mansão Mal-Assombrada”, da Disney, também foi um revés, somando 117 milhões e meio em bilheteria mundial, abaixo dos custos de produção.
Mesmo no projeto “Mestres do Universo” da Amazon MGM, anunciado para 2026, Leto virá no papel pouco reconhecível do vilão Esqueleto, aquele com cara de caveira, inimigo do protagonista He-Man.
Ao mesmo tempo, o ator enfrenta uma crise de imagem. Relatos de má conduta sexual, mesmo que ainda sem processo judicial, corroeram parte da confiança do público e dos estúdios. É um contexto que torna cada vez menos provável sua volta como protagonista de grandes produções.
O irônico é que Leto ajudou pessoalmente a viabilizar “Tron: Ares”, um projeto que perseguiu por quase uma década, apenas para vê-lo se transformar no símbolo do seu próprio esgotamento.
Depois de anos equilibrando cinema, música e uma persona excêntrica, ele parece preso ao papel que sempre buscou evitar, o de estrela que se tornou personagem da sua decadência. Aos 53 anos, será que ele vai conseguir, ou mesmo querer, se reinventar?
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Comentários (1)
Annie
18.10.2025 11:33Hollywood não faz mais filmes.que a vale ir ao cinema.