Crusoé: Rombo nos Correios é filho do Prerrô
Fabiano Silva foi indicado por Lula com o objetivo de afastar a privatização da estatal

No presidencialismo de coalizão brasileiro, o presidente distribuiu os ministérios para diversos partidos pensando em construir uma base de apoio no Congresso.
Como os Correios têm um orçamento maior do que o de muitos ministérios — 20 bilhões de reais — a estatal também entra nessa distribuição dos partidos.
A inovação de Lula neste terceiro mandato foi deixar os Correios não com um partido, mas com um grupo de advogados, o Prerrogativas.
Conhecido como Prerrô, o grupo de advogados de esquerda ganhou pelo menos 15 postos no alto escalão do governo Lula e no Judiciário, principalmente pelos seus ataques constantes à operação Lava Jato.
O maior rombo da história da estatal, de 3,2 bilhões de reais em 2024, está diretamente relacionado ao Prerrô.
Fora da lista da desestatização
Em 2023, Lula escolheu para a presidência dos Correios o advogado Fabiano Silva dos Santos, do Prerrô.
A principal promessa de Fabiano Silva era afastar completamente a empresa pública do processo de privatização, iniciado anteriormente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lula também tirou os Correios e outras seis estatais da lista de empresas a serem desestatizadas.
Deu no que deu: rombo histórico, funcionários sem receber o salário de janeiro e aumento para dirigentes.
Uma reportagem do jornal O Globo desta quarta, 5, afirma que os Correios aumentaram os gastos com pagamentos de dirigentes no momento em que os déficits se acumulavam nas contas.
A remuneração mensal dos diretores passou de 40,6 mil reais em 2022 para 46,3 mil reais no ano passado, segundo o jornal.
Entre os argumentos usados para não privatizar os Correios estavam a de que o brasileiro sempre vai querer mandar uma carta e que era preciso preservar o emprego dos entregadores.
Os brasileiros, contudo, preferem mandar mensagens de WhatsApp a escrever cartas.
Nem com monopólio
Durante décadas, os Correios garantiram lucros graças ao monopólio, processando empresas que…
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