Cláudio Lottenberg: O abismo moral entre Israel e Hamas
“Não há como ser indiferente”, diz presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib) em relação à troca de reféns esquálidos por condenados saudáveis

O Antagonista publica abaixo, com exclusividade, um artigo do médico Claudio Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib).
“As imagens dos reféns libertados pelo Hamas são chocantes e remetem imediatamente a um dos capítulos mais sombrios da história: a libertação dos sobreviventes dos campos de concentração nazistas. Rostos abatidos, corpos esquálidos, olhares vazios – marcas visíveis de meses de privação, medo e desumanização. O mundo já viu essas cenas antes, e, como naquela época, há aqueles que tentarão relativizar ou mesmo negar o horror que foi imposto a essas vítimas.
Foi exatamente para evitar que a história fosse reescrita por conveniências políticas que Winston Churchill ordenou que se fotografasse e documentasse cada evidência dos campos de extermínio. Ele sabia que, um dia, alguém tentaria negar os crimes nazistas. Hoje, as imagens dos reféns israelenses libertados cumprem esse mesmo papel. São registros irrefutáveis da crueldade a que foram submetidos, um testemunho silencioso contra qualquer tentativa de minimizar ou justificar sua tortura e sofrimento.
E, no entanto, há uma perversidade adicional neste capítulo da história: os reféns, civis inocentes sequestrados de suas casas, estão sendo trocados por criminosos condenados que receberam tratamento humano nas prisões israelenses. Enquanto crianças e idosos voltam desnutridos, traumatizados e irreconhecíveis, os prisioneiros palestinos soltos estavam bem alimentados, saudáveis e jamais foram submetidos a tortura sistemática. Essa troca, desigual em todos os aspectos, revela não apenas o abismo moral entre as partes, mas também a hipocrisia de quem insiste em equipará-las.
Diante dessas evidências, a reação da comunidade internacional deveria ser inequívoca. Mas o que se vê é um silêncio ensurdecedor. Organizações e governos que rapidamente condenam Israel por qualquer ação defensiva agora limitam-se a ‘documentar’ a situação, a expressar preocupações vagas e a buscar um falso equilíbrio moral. O mesmo mundo que se indigna seletivamente com Israel parece incapaz de reconhecer que o terrorismo não pode ser relativizado.
Essa inversão de valores é alarmante. A sociedade da liberdade e da democracia, dos direitos humanos e do respeito à diversidade, parece estar cedendo espaço ao totalitarismo, à intolerância e à submissão ao terror. Quem se cala diante disso, principalmente aqueles em posições de liderança global, não pode alegar ignorância. A omissão diante do óbvio os torna cúmplices de um processo vergonhoso que será cobrado pela história. E quando esse julgamento vier, não haverá desculpas aceitáveis.”
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Comentários (9)
Sandra
10.02.2025 13:52Não acho justo trocar inúmeros prisioneiros por cada cada refém, não devia nem existir troca; e espero que Israel não pare enquanto não eliminar todo o Hamas. Infelizmente tem países que ainda os aceitam em seu território e os protegem.
Ademir Fenicio
10.02.2025 13:22eu acho estranho nomear lule, madure, e outros merdes como líderes.
Marcia Elizabeth Brunetti
10.02.2025 11:37É incrível, e deplorável, ver como a mídia está quietinha sobre o assunto. Quem tem um pouco de discernimento pode ver como essas trocas estão injustas. Mais triste ainda é ver a esquerda continuar apoiando terroristas. Mais do que na hora de mandar as minorias LGBTQIA+ junto com Celso Amorin para verem in loco como a igualdade e a liberdade de expressão são lindos naquela região.
Marcelo José Dias Baratta
10.02.2025 02:40Lamentavelmente, parece que grande parte dos líderes mundiais, enlouqueceram. Ao condenar Israel e a defender o Hammas, escolhem, não sei se deliberadamente, se por ignorância ou por interesses escusos apontam pra Israel e condenam sua ação defensiva, afinal, líderes do Hammas vieram a público de declararam pra que todos ouvissem: "Nosso interesse é só eliminar o povo israelita da face da terra." . Eu vi e ouvi, acredito que muitos também viram e ouviram, o secretário da Onu, viu e ouviu, Macron viu e ouviu, Lula viu e ouviu, outros líderes mundiais, certamente viram e ouviram. O que esses caras pálidas querem? Precisam se explicar, não o fazem porquê? Não estou entendendo nada, o mundo ficou doido? O Hammas é um grupo terrorista, tratá-los como se fossem sérios e com intenções legítimas, é o fim da picada, nem mesmo os que vivem em Gaza os reconhecem como seus representantes, eles usam de terror contra o próprio povo palestino. Alguém, por favor, me explique o que está acontecendo no mundo, essa inversão total de valores. Negar o holocausto, agora virou moda, aceitar a ideologia de gêneros é normal agora, usar novos pronomes como "todes" virou ser moderno, reconhecer que terroristas têm direitos é o certo a se fazer, tratar bandidos como cidadãos é fazer justiça agora, entender que os corruptos de plantão merecem distinção virou a tônica do momento. Sei lá, acho que estou no planeta errado. De fato, este mundo tem que acabar, necessário se faz começar novamente.
F-35- Hellfire
09.02.2025 22:26As afirmações de Lula sobre o genocídio de Israel contra o Hamas são de uma cretinice absurda. Demonstram a má fé e a fingida e vergonhosa ignorância do ex-presidiário, demonstram sua ideologia e admiração por Hitler (como no passado afirmou em reportagem na revista Playboy) e portanto seu antissemitismo é antigo e contamina todos os petistas. O Hamas é tão nazista quanto Hitler e quanto os ayatolás do Irã. As opções de Lula são Hitler, Irã, Putin, Nicolás Maduro...
Maria Aparecida Visconti
09.02.2025 20:38os petralhas et caterva sempre foram antissemitas e antissionistas
Maria Aparecida Visconti
09.02.2025 20:38os petralhas et caterva sempre foram antissemitas e antissionistas
Murillo Bueno
09.02.2025 17:41Nenhuma manifestação do ex presidiário e de sua imprensa,a globe
José Mancusi
09.02.2025 13:52O maior absurdo é o nosso "governo" defender terroristas e não enxergar a verdade na História.