Apelidos, Lula, Xandão e o amigo do amigo de meu pai
Sob aplausos da claque, Lula continuou a ironizar Alexandre de Moraes: “deste apelido, você pode ter certeza, nunca mais vai se libertar

Eu realmente não sei se é uma característica do brasileiro apelidar as pessoas, os lugares e as coisas, ou se é assim em outros países e com outros povos. Mas que os brasucas são craques nisso, ninguém pode negar.
Eu mesmo, com 57 anos de idade, jamais me livrei do apelido “Chilique”, dado por uma professora ginasial que, irritada com meu sobrenome paterno, Misionschnik, achou melhor “abreviar” e fazer graça.
Por causa do meu temperamento, digamos explosivo, muitos achavam que era “Chilique”, de chiliquento, o que, convenhamos, fazia sentido. À época, porém, com 11 anos, não era nada legal, e ficava bem irritado.
Lula tem razão
Sim, vou dar razão ao chefão petista. Às vezes, ainda que raramente, ele acerta. Até porque, não é só de “Olavo tem razão” que vive a humanidade. Em evento pelo 8 de janeiro de 2023, nesta quarta-feira, 8, o presidente fez uma graça:
“Eu quero fazer uma lembrança. Eu tenho 79 anos de idade e já vivi muito a vida da Suprema Corte brasileira e nunca conheci um ministro da Suprema Corte que tivesse um apelido, um apelido dado pelo povo, chamado Xandão”.
Sob aplausos da claque, Lula continuou a ironizar o ministro Alexandre de Moraes: “E deste apelido, você pode ter certeza, nunca mais vai se libertar. E não adianta ficar nervoso, que ninguém vai parar de te chamar de Xandão”.
Outros apelidos
Viram? O “ensinamento” da “Alma mais honesta desse país” está correto. Como eu disse, até hoje, quando encontro um amigo antigo, sou chamado de Chilique. Claro que não me importo mais. Ao contrário; me traz boas memórias.
Mas quando pré-adolescente eu ficava enfezado. E claro que só piorava as coisas. A zoeira aumentava. Não tenho certeza, mas acho que “Xandão” foi uma criação de Roberto Jefferson, ele mesmo apelidado “Bob Jeff”.
Curiosamente, ao ouvir o “Pai do Ronaldinho dos negócios” falar em apelidos, me lembrei das alcunhas dadas pelos executivos das empreiteiras investigadas na operação Lava Jato aos políticos que corrompiam – ou tentavam corromper.
Lista completa
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, era “Coxa”. Ou “Amante”. Antônio Carlos Magalhães Neto era “Anão”. Aloízio Mercadante era “Aracaju”. Marta Suplicy, “Barbie”. César Maia, “Botafogo”. O próprio Lula era o “Amigo”.
A turma de corruptores era mesmo criativa e com ótimo senso de humor: Gilberto Kassab era “Kibe”. Eduardo Cunha, “Caranguejo”. Gim Argello era “Campari”. Sensacional. Outro bem legal: “Brigão”, dado a Beto Richa.
Quem quiser se divertir com os apelidos, segue a lista. Vou citar um que não está na relação. Espero não ser preso pela ironia nem que o “Amigo do amigo de meu pai” censure O Antagonista outra vez.
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